A Importância das telecomunicações no início de 1900 como fator transformador da Sociedade
O final da década de 1930 foi um momento crucial para as telecomunicações, pois, representou um marco entre os sistemas eletromecânicos mais antigos e a tecnologia eletrônica emergente que logo dominaria a indústria. A imagem demonstra um técnico realizando manutenção em centrais telefônicas eletromecânicas no prédio da central telefônica na East 30th Street, na cidade de Nova York, em 1938, sendo muito emblemática esse período… Este momento capta não só um avanço tecnológico significativo, mas também reflete o panorama social e econômico da época.
O telefone, inventado por Alexander Graham Bell em 1876 (neste contexto, tendo em vista seu antecessor o Padre Brasileiro Landell de Moura), revolucionou a comunicação. Na década de 1930, a telefonia tornou-se uma pedra angular da vida moderna. Os interconectores eletromecânicos da época eram máquinas complexas projetadas para conectar chamadas, facilitando a comunicação entre cidades, estados e, eventualmente, em todo o mundo. Em 1938, a central telefônica era um centro de atividades movimentado, muito diferente dos smartphones pessoais que usamos hoje… Técnicos como o da fotografia foram essenciais para manter a infraestrutura que permitiu o florescimento deste novo mundo da comunicação.
Os sistemas de comutação eletromecânicos, como o “Switch Strowger”, foram o carro-chefe da rede telefônica nesse período. A Chave Strowger operava em um sistema de relés e engrenagens mecânicas, contando com o movimento físico das peças para estabelecer conexões entre os chamadores. Quando um chamador levantava o gancho-receptor, os sinais elétricos ativavam uma série de interruptores que, em última análise, conectariam a chamada ao destinatário pretendido. Este processo, embora revolucionário para a época, exigia manutenção regular e conhecimento técnico para garantir sua confiabilidade (dentro do possível).
O papel do técnico foi crucial. Esses indivíduos eram responsáveis pela manutenção dos switches, solucionando problemas e garantindo que o sistema funcionasse a contento. O trabalho era exigente e muitas vezes exigia um conhecimento profundo dos sistemas mecânicos e elétricos. Os técnicos precisavam ser adeptos da resolução de problemas e ter habilidade manual para trabalhar nos delicados componentes dos interruptores. Esta foi uma época em que a maior parte da comunicação ainda era realizada através de linhas fixas e a confiabilidade destes sistemas era fundamental tanto para empresas como para usuários do sistema.
O trabalho do técnico teve como pano de fundo o contexto mais amplo da década de 1930, época marcada pela Grande Depressão. A turbulência econômica teve um impacto profundo na sociedade americana, levando ao aumento do desemprego e a uma mudança nas prioridades tanto para os indivíduos como para as empresas. Apesar das dificuldades, a indústria das telecomunicações continuou a crescer, impulsionada pela necessidade de uma comunicação confiável, tanto no contexto pessoal como profissional. O telefone tornou-se uma ferramenta vital para as empresas que procuram manter as operações num contexto de desafios econômicos e, como resultado, a procura de serviços de telecomunicações aumentou.
À medida que a década avançava, os avanços tecnológicos começaram a remodelar o cenário das telecomunicações. A introdução de sistemas de comutação eletrônica estava no horizonte, o que acabaria por substituir os sistemas electromecânicos e abriria o caminho para a era digital. Estes novos sistemas aumentariam a eficiência, reduziriam a área física das centrais telefônicas e, em última análise, levariam a uma comunicação mais rápida e confiável.
Os avanços nas telecomunicações durante a década de 1930 também coincidiram com mudanças sociais significativas. A ascensão da radiodifusão, por exemplo, foi um desenvolvimento paralelo que transformou a forma como as pessoas consumiam informação e entretenimento. O advento do rádio trouxe notícias e cultura directamente para as casas das pessoas, criando uma nova forma de comunicação de massa que complementou o telefone. Em 1938, o rádio estava bem estabelecido e as famílias se reuniam em torno de seus rádios para ouvir notícias, músicas e novelas dramáticas, criando uma experiência compartilhada que influenciaria a cultura americana nas décadas seguintes.
Além disso, o final da década de 1930 marcou o início de uma era de inovação em marketing e relações públicas na indústria de telecomunicações. As empresas começaram a compreender a importância da marca e do envolvimento do consumidor, o que levou à criação de anúncios que enfatizavam os benefícios de ter um telefone. A noção de “telefone residencial” passou a ser associada à modernidade, conveniência e conectividade, apelando às aspirações das famílias americanas que buscavam permanecerem conectadas, apesar dos desafios da época.
O trabalho de manutenção dos técnicos, na cidade de Nova York, também refletia as tendências de uma maior força de trabalho para a época. À medida que a economia começou a se recuperar das profundezas da Grande Depressão, aumentou-se a necessidade de mão-de-obra qualificada. Programas de treinamento e aprendizagem foram desenvolvidos para cultivar talentos em diversas áreas, incluindo telecomunicações. Esta ênfase no desenvolvimento de competências foi crucial à medida que a nação se preparava para a Segunda Guerra Mundial, o que aceleraria ainda mais os avanços tecnológicos e mudaria as prioridades econômicas.
Nos anos seguintes a 1938, o mundo enfrentaria mudanças profundas que teriam um impacto significativo nas telecomunicações. A eclosão da Segunda Guerra Mundial levaria a uma procura sem precedentes de tecnologias de comunicação para apoiar operações militares. O governo investiu pesadamente no desenvolvimento e implantação de novos sistemas de comunicação, levando a novas inovações que acabariam por beneficiar as telecomunicações civis após a guerra. O conhecimento e as habilidades adquiridas pelos técnicos durante esse período serviriam de base para a próxima geração de profissionais de telecomunicações.
Em resumo, a cena de um técnico realizando trabalhos de manutenção em centrais telefônicas eletromecânicas na cidade de Nova York em 1938 resume um momento de transição na indústria de telecomunicações. Reflete a resiliência de uma sociedade que enfrenta desafios econômicos, ao mesmo tempo que estabelece as bases para avanços futuros. O telefone, como instrumento de comunicação, conectou pessoas em um período tumultuado, fomentando relacionamentos e possibilitando a troca de ideias. Este momento serve para lembrar o papel fundamental que as telecomunicações desempenharam na formação da sociedade moderna e destaca os técnicos que garantiram que estas ligações vitais permanecessem intactas. À medida que continuamos a avançar tecnologicamente, é essencial reconhecer os alicerces construídos por aqueles que vieram antes de nós, lançando as bases para o mundo interligado que habitamos hoje.
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Foto: Arquivo Público do Estado de São Paulo