Duas escolas foram alvos de mensagens de apologia ao nazismo, em Ipatinga, na região do Rio Doce, em Minas Gerais. Os casos ocorreram em uma unidade da rede pública, no bairro Cidade Nobre, e em uma instituição particular, no bairro Centro. Um adolescente de 16 anos foi apreendido.

De acordo com a Polícia Militar, o garoto foi conduzido depois de enviar uma mensagem e um vídeo com conteúdo nazista em um grupo de um aplicativo de conversas que reúne vários alunos da escola da rede particular. O estudante também teria desenhado uma suástica nazista e escrito uma mensagem em alemão em referência a Segunda Guerra Mundial em um livro. A mensagem dizia: “Alemanha acorde, lealdade é minha honra. Caridade? Não”. O desenho e a mensagem foram vistos pelos profissionais da escola.

O caso, segundo a PM, ocorreu no dia 8 de março. Os responsáveis pelos demais alunos da turma deste adolescente de 16 anos tiveram conhecimento do caso e acionaram a diretoria da escola, que agendou uma reunião com a mãe do garoto e a equipe da Polícia Militar. Durante o encontro, o adolescente confirmou ter feito o desenho no livro e disse que enviou a mensagem no grupo da turma acreditando que seria expulso da escola.

O vídeo com mensagens em apologia ao nazismo foi enviado acompanhado da mensagem “Maldito sejam os judeus”. Durante o depoimento à polícia, o garoto confessou que participa de grupos nazistas em aplicativos de conversas, mas alegou que não interage com os participantes. Diante dos relatos, o celular e o livro dele foram apreendidos e encaminhados para a delegacia da Polícia Civil.

O segundo caso ocorreu em uma escola da rede pública, no bairro Cidade Nobre. Dois alunos, de 14 e 15 anos, picharam a parede da sala de aula com três suásticas nazistas. O caso ocorreu na última quarta-feira (15), mas a polícia foi acionada à unidade de ensino no dia seguinte ao fato, na quinta-feira (16).

Conforme o boletim de ocorrência, uma professora disse que questionou aos alunos enquanto desenhavam os símbolos e estes disseram que tinham conhecimento de que o desenho fazia referência ao nazismo. A profissional contou ainda que suspeita que alunos da escola façam parte de grupos nazistas e que estes costumam usar termos e gestos que fazem referência a essa ideologia. O caso foi registrado pela PM e encaminhado para que a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) possa investigar o ocorrido.

Por meio de nota, a PCMG informou que os trabalhos de diligências são realizados para apurar os fatos. “Com o avanço dos trabalhos policiais, outras informações serão divulgadas”, disse. A Secretaria Estadual de Educação informou que o caso foi isolado, e repudiou a manifestação discriminatória que é crime previsto em lei.

Veja o que disse a Secretaria Estadual de Educação

Sobre o uso de simbolos de referência nazista manifestados por dois estudantes de uma escola da rede pública estadual de Ipatinga, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) informa que o caso foi isolado e que a pasta repudia qualquer tipo de manifestação discriminatória e que possa ferir os direitos humanos e ao Estado de Direito no Brasil. Ressaltamos que a apologia ao nazismo é crime previsto em lei. 

Desta forma, assim que o caso foi registrado, na última quarta-feira (15/3), a direção da escola estadual chamou os estudantes envolvidos para uma conversa e acionou os pais e responsáveis para os devidos esclarecimentos. Por meio do Programa de Convivência Democrática, que  fortalece as políticas de prevenção às diversas formas de violência e promoção de direitos humanos no ambiente escolar, a gestão escolar irá realizar ações pedagógicas e rodas de conversa de conscientização com todos os estudantes. Além disso, uma equipe do Núcleo de Acolhimento Educacional (NAE), formado por psicólogo e assistente social, também irá acompanhar a situação, juntamente com a Superintendência Regional de Ensino de Coronel Fabriciano, responsável pela coordenação das escolas na região. 

Os órgãos competentes de segurança também acompanham o caso. Sobre a situação registrada em uma escola da rede privada, a instituição de ensino deverá ser diretamente procurada para os devidos esclarecimentos.

 

Fonte: O Tempo

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