A indústria exportadora de carne bovina do Brasil está confiante em uma solução próxima para as tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos. A expectativa é de que o impasse seja resolvido em até 60 dias, segundo afirmou o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Roberto Perosa, em entrevista à CNN Brasil.

“Eu acredito que, em um prazo entre 30 e 60 dias, isso deve estar equacionado”, declarou Perosa, destacando que o setor está “muito otimista” com o avanço das negociações. O dirigente explicou que as tratativas ganharam impulso após o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, realizado no dia 26 de outubro, em Kuala Lumpur, na Malásia, durante a cúpula da ASEAN.

Na reunião, os dois líderes concordaram em iniciar imediatamente conversas para revisar as tarifas e sanções aplicadas a produtos brasileiros. A carne bovina, um dos principais itens da pauta de exportações do Brasil, foi diretamente afetada pela imposição de uma tarifa adicional de 40%, que elevou a taxa total de 26,4% para 76,4%.

Perosa, que acompanhou o encontro na Malásia, afirmou que a sinalização política em alto nível abriu espaço para o avanço técnico entre os dois países, aumentando a confiança do setor exportador.

Impacto e retomada do comércio:
Os Estados Unidos são o segundo maior destino da carne bovina brasileira, atrás apenas da China. Desde agosto, quando as sobretaxas foram impostas, as exportações para o mercado norte-americano registraram queda.

“Acredito que, em breve, teremos boas notícias, com eventuais retiradas de tarifas adicionais, para que se retome o fluxo comercial da carne bovina”, afirmou o presidente da Abiec. Além do setor de carnes, o Brasil também busca negociar a redução de tarifas sobre outros produtos importantes, como o café, do qual os Estados Unidos são o maior consumidor mundial.

Com o ambiente político favorável após o encontro entre Lula e Trump, o setor exportador brasileiro vê com otimismo a possibilidade de reversão das sobretaxas em um curto prazo. Caso as tarifas sejam revistas, a expectativa é de retomada do crescimento das exportações de carne bovina e fortalecimento das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.

Com informações do Itatiaia

 

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