O governador Romeu Zema (Novo) voltou a criticar a possível retomada do pagamento integral das parcelas da dívida de Minas Gerais com a União. Na manhã dessa sexta-feira (12), durante agenda em Sete Lagoas, o chefe do Executivo mineiro afirmou que o governo Lula (PT) “quer matar galinha para fazer jantar” ao cobrar pagamento da dívida avaliada em cerca de R$ 165 bilhões.
Questionado sobre o impasse, Zema afirmou que aguarda uma definição do Supremo Tribunal Federal (STF) que, por sua vez, solicitou um posicionamento da Advocacia Geral da União (AGU) sobre a extensão do prazo para a volta do pagamento das parcelas integrais. Na última quarta-feira (10), o governo de Minas solicitou mais um adiamento do prazo e o STF deu 72 horas para que a AGU se manifestasse – o que até a tarde desta sexta-feira ainda não havia acontecido.
“Você tem que escolher. Ou continua tendo um ovo todo dia, ou mata galinha para fazer um jantar. E se o governo não acordar para isso, eu acho que ele vai estar matando a galinha e vai deixar de ter os ovos lá na frente”, comentou o governador.
Zema ainda enfatizou a importância de Minas Gerais e outros Estados com problemas financeiros para o desenvolvimento do país. “O governo federal precisa lembrar que esses Estados que são os que mais exportam, são os que mais formam bons profissionais, são os que têm mais técnicos, os que mais contribuem com a arrecadação federal, não podem morrer”, afirmou Zema após mencionar São Paulo, Rio de Janeiro e outros Estados com dívidas ativas com a União. “Caso contrário, nós vamos estar prejudicando é o Brasil”, declarou.
Assembleia em compasso de espera
Caso a liminar não seja prorrogada, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) será obrigada a votar o Regime de Recuperação Fiscal na segunda-feira (15). Isso porque o Estado deve voltar a pagar as parcelas integrais a partir do dia 20 de julho, mas os deputados saem de recesso, obrigatoriamente, no dia 18. O presidente da Casa, Tadeu Martins Leite (MDB), chegou a usar as redes sociais para pressionar a AGU sobre o prazo.
O pedido para a extensão feito pelo governo do Estado tem intenção de dar tempo de analisar o Propag, proposta alternativa de renegociação da dívida apresentada pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD). Apesar de protocolado no Senado na quarta-feira (10), senadores já indicaram que o projeto só deve ser votado em agosto. O texto ainda deve passar pela Câmara dos Deputados e pela Assembleia Legislativa antes de ter validade.
Fonte: O Tempo