A condenação de Léo Lins a 8 anos de prisão por piadas consideradas discriminatórias contra diversas minorias repercutiu na imprensa internacional.

Lins foi condenado pelo show de 2022 “Perturbador”, que, até o momento em que foi tirado do ar, possuía mais de 3 milhões de visualizações no YouTube. O advogado do humorista afirma que buscará a absolvição de seu cliente nas próximas instâncias.

Um dos principais jornais americanos, o Washington Post, publicou um texto em que chama a condenação de “o mais recente esforço do judiciário brasileiro para impor limites à liberdade de expressão, especialmente nas redes sociais”.

“A condenação de Lins está se configurando como a próxima frente na luta do Brasil pela liberdade de expressão. Espera-se que o comediante visite parlamentares em Brasília na próxima semana em busca de alívio”, continua o veículo.

O jornal El País, da Espanha, e o Clarín, da Argentina, também repercutiram o caso. Ambos colocaram ênfase no argumento de Lins – ele diz que faz o papel de um personagem quando se apresenta, e que as piadas consideradas ofensivas fazem parte da persona.

O Clarín ainda chamou a decisão de “polêmica” e capaz de criar “potenciais precedentes”. Também destaca trechos do pronunciamento feito pelo humorista em suas redes sociais.

Já a imprensa canadense repercute a defesa de Leo Lins feita por Mike Ward, humorista de Québec. Em uma publicação nas redes sociais, Ward conta que passou dez anos lutando contra o sistema judiciário por causa de uma piada.

“Fui condenado pela Comissão de Direitos Humanos do Quebec, perdi no tribunal, recorri, perdi novamente, e tive que ir até a Suprema Corte do Canadá. Acabei vencendo. Mas me custou uma década de luta. Tudo isso por uma piada”, escreveu.

“Podemos não gostar do que ele disse”, continua, “mas ninguém deveria ir para a prisão por ter ofendido alguém”. “E se um Estado pode prender um humorista pelo que ele diz no palco, o que o impede de fazer o mesmo com outro artista, um autor, um colunista, um jornalista, um cidadão comum?”.

 

Fonte: Folhapress – Notícias-Estado de Minas

 

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