O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou nesta quinta-feira (1) a indicação do advogado Cristiano Zanin para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Zanin foi advogado de Lula na operação Lava Jato, inclusive nos casos do triplex e do sítio de Atibaia, em que o petista foi condenado. As decisões na ação foram depois derrubadas pela Corte máxima do Judiciário brasileiro.

Lula falou sobre a escolha por Zanin em coletiva de imprensa ao lado do presidente da Finlândia, Sauli Niinistö. “Você já esperava que eu fosse indicar o Zanin, todo mundo esperava, não só pelo papel que ele teve na minha defesa, mas simplesmente por que o Zanin se transformará num grande ministro da Suprema Corte”, declarou.

Agora, para assumir o posto, Cristiano Zanin terá que passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde responderá perguntas relacionadas ao cargo de ministro da Suprema Corte, processos que tramitam no Tribunal e até sobre sua carreira profissional. Sua relação pessoal com o presidente Lula também deve ser questionada pelos senadores.

Após a sabatina, os membros da CCJ votam se aprovam ou não o nome do novo ministro e encaminham o processo para o plenário do Senado. No plenário, o nome precisa ser aprovado pela maioria absoluta dos senadores, ou seja, 41 votos. Com a aprovação, o STF pode marcar a posse.

Zanin tem 47 anos e é graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Se aproximou de Lula por meio de seu sogro, o também advogado Roberto Teixeira, amigo e aliado de longa data da família do petista. Em 2013, Zanin começou a atuar como advogado do então ex-presidente.

Em seu currículo, se apresenta como especialista em litígios (termo jurídico para se referir a conflito de interesses) estratégicos e decisivos, empresariais ou criminais, nacionais e transnacionais. Foi professor universitário de Direito Civil e Direito Processual Civil.

A vaga no STF estava aberta desde 11 de abril, quando o ministro Ricardo Lewandowski anunciou sua aposentadoria. A saída de Lewandowski já era prevista pois, no mês seguinte, o ministro iria completar 75 anos, idade-limite para permanecer no cargo.

A indicação de Zanin foi a mais demorada de todas as indicações a que Lula teve direito em seus mandatos como presidente da República. Em outras ocasiões, em média, Lula levava duas semanas para formalizar sua escolha. Antes de Zanin, a indicação mais demorada havia sido da ministra Cármen Lúcia, em que o presidente levou 42 dias.

Em seu terceiro mandato como presidente da República, Lula vai indicar pelo menos mais um ministro do STF. A próxima indicação deve ser ainda este ano, a partir de outubro, quando a ministra Rosa Weber também completa 75 anos e se aposenta compulsoriamente.

Fonte: O Tempo

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