O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu nesta sexta-feira (22) que o governo tem dificuldades em aprovar determinados temas no Congresso. “A gente não tem maioria”, afirmou.
Lula fez um discurso durante um evento com catadores no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
O presidente citou como um exemplo das dificuldades no Congresso o texto do marco temporal. Essa tese, aprovada pela Câmara e pelo Senado, determina que só podem ser demarcadas terras indígenas que estivessem ocupadas pelos povos no dia 5 de outubro de 1988 — dia da promulgação da Constituição. Essa tese é uma leitura equivocada do texto constitucional, de acordo com entidades indígenas.
“Vocês viram o que aconteceu. Foi aprovada a questão do marco temporal. Vocês estão lembrados que já tinha uma decisão da Suprema Corte. Aí, a Câmara aprovou uma coisa totalmente contrária àquilo que o movimento queria, que os indígenas queriam”, afirmou o presidente.
“Quando chegou na minha mão, vetei tudo. Mas voltou para o Congresso, e o Congresso derrubou meu veto. Agora, se a gente quiser, a gente vai ter que voltar a brigar na Justiça, porque a gente não tem maioria, apesar de muitas coisas o Congresso ter contribuído para a gente conquistar coisas e avançar”, completou Lula.