O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estará na Argentina nos dias 2 e 3 de julho, para a Cúpula de presidentes do Mercosul, quando vai assumir a presidência pró-tempore do bloco. Será a primeira visita do petista ao país vizinho desde a posse do presidente Javier Milei.

Nos bastidores, dizem que Lula cogita uma visita à ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, condenada pela Justiça, e que está em prisão domiciliar, de tornozeleira, em Buenos Aires. Para isso, o brasileiro terá que pedir autorização judicial.

Na última semana, o presidente participou da Cúpula do G7, no Canadá.

No início do mês, Lula ainda esteve em Paris, na França, onde debateu com o presidente Emmanuel Macron. O principal tema foi o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, medida que vai facilitar exportações entre os dois blocos. Na ocasião, o petista antecipou que irá debater pontos que ainda despertem divergências na visão dos franceses.

Vamos continuar conversando com a França, porque a França é um bom parceiro político, econômico, cultural e histórico. Estou convencido de que até eu deixar a Presidência do Mercosul vamos ter esse acordo assinado com todo mundo sorrindo”, disse, em entrevista coletiva.

Lula tenta destravar as negociações, já que a França é o principal crítico do acordo. Lula, inclusive, pediu que Macron “abrisse o seu coração”.

O presidente francês, por sua vez, chegou a propor algumas mudanças nos termos para facilitar a aprovação do acordo entre os agricultores franceses que temem ser prejudicados.

A França não tem melhor amigo do que o Brasil na América do Sul e o Brasil não tem nenhum amigo melhor do que a França na Europa. Se tiver problema, vamos sentar em uma mesa e encontrar onde está a diferença e vamos acabar com isso. É importante a gente nunca esquecer: o Mercosul e a União Europeia compõem uma população de 722 milhões de habitantes, com PIB de 22 trilhões de dólares”.

A negociação entre os dois blocos se torna mais importante neste momento em que os Estados Unidos adotam medidas protecionistas e elevam as taxações a produtos estrangeiros.

Seria o acordo mais excepcional já feito neste começo de século e uma resposta ao unilateralismo. Queremos mostrar que o multilateralismo vai sobreviver e que ele é a razão pela qual o mundo deu um salto de qualidade depois da Segunda Guerra Mundial”, destacou Lula.

Fonte: Ana Paula Ramos/ O Tempo

 

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