O número de internações por suspeita de Covid-19 continua crescendo no estado de São Paulo, principalmente na capital. O último balanço do governo aponta que o estado tem 2.274 pacientes internados, sendo 880 deles em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

A média móvel de novas internações por Covid-19 ou por suspeita da doença chegou nessa segunda-feira (20) a 378 por dia. Há duas semanas, era de 285 internações diárias, o que significa um aumento de 32,6%.

O patamar ainda é baixo, segundo os especialistas. No auge da segunda onda da Covid-19, o estado chegou a registrar média diária de 3.399 novas internações. Segundo o professor Renato Coutinho, da Universidade Federal do ABC e membro do Observatório Covid-19 BR, o aumento é maior justamente na capital.

“A gente vê um aumento de hospitalizações no município de São Paulo que coincide com a entrada da ômicron. A gente não tem como afirmar com certeza que esse aumento é devido à ômicron, porque pode ser também influenciada também pela Influenza, pode ter outros fatores também. Tem mais gente se aglomerando, mas é evidência forte que isso pode estar acontecendo já”, declarou Coutinho.

Problemas respiratórios

Mesmo com a alta de casos de Covid-19, no Hospital Tide Setúbal, referência no tratamento da doença na Zona Leste de São Paulo, ainda não houve nenhuma internação de paciente com a variante ômicron.

O que cresceu, e muito, foi o número de crianças e adultos com problemas respiratórios não relacionados à Covid-19.

Segundo funcionários do hospital, são cerca de 250 atendimentos por dia de pessoas com esse tipo de problema, sendo que 150 delas são crianças.

Segundo o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, as pessoas estão ficando doentes por causa dos vírus que atacam o sistema respiratório.

“Tanto o vírus da gripe quanto os vírus respiratórios e os vírus do resfriado comum acabaram fazendo com que muitas pessoas, especialmente da faixa etária pediátrica, procurassem os pronto-socorros, e precisando de internação. Nós não tivemos nesse contingente todo mais casos de coronavírus, principalmente [casos] da variante ômicron circulando na nossa população”, disse o secretário.

“Talvez isso já possa estar acontecendo com quadros muitos leves, frente à vacinação não fazem quadros mais expressivos, com quadros respiratórios como vimos no ano passado”, completou. Por causa da situação, o governo do estado decidiu manter o uso obrigatório da máscara em todos os ambientes até pelo menos 31 de janeiro.

Fonte: G1

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