Minas Gerais pode passar por uma crise de falta de medicamentos nos próximos meses. Segundo o Ministério da Saúde, o desabastecimento é um reflexo da pandemia, causado pela falta de insumos, de matéria-prima e aumento da demanda. Confira o  cenário pelo estado:

Região dos Inconfidentes 

Em Ouro Preto, na região dos Inconfidentes, a falta de medicamentos está gerando transtornos, tanto no sistema público municipal quanto nas farmácias particulares.  Segundo o secretário de saúde do município, Leandro Moreira, os medicamentos que estão mais em falta são os antibióticos.

“Nós estamos passando por uma dificuldade muito grande com regularização dos nossos estoques, tanto de insumo quanto de medicamentos. Especificamente, com antibióticos. Alguns deles é a questão da importação de sal. Então, as indústrias não estão conseguindo fazer produção”, disse.

O farmacêutico da prefeitura de Ouro Preto, Vinicius Barcelos, explica a situação no município. “Há dez anos, eu trabalho com farmácia. Pela primeira vez,  um monte de pediatra está ligando na farmácia, perguntando qual o antibiótico que a gente tem pra eles poderem prescrever. Tem pacientes que começaram o tratamento e precisam ir para outros municípios para buscar o resto dos remédios”, explicou.

Já tem antibiótico infantil faltando, assim, como,  antitérmico, antialérgico e antigripal.

No Triângulo Mineiro 

A situação é parecida. Em Uberlândia, por exemplo, a reportagem ouviu três representantes de redes de farmácias que apontaram, de forma unânime, a dificuldade de reposição de antibióticos em especial.

A Amoxicilina, usada no tratamento de várias infecções bacterianas, como pneumonia, já é difícil de ser encontrada no sistema público de saúde das unidades de atendimento geridas pelo executivo e nas farmácias municipais.

Entretanto, segundo informação da assessoria de imprensa da prefeitura,os estoques estão abastecidos.

Em Uberaba, na mesma região, a rede pública de saúde apresenta um cenário diferente. Tanto é que a prefeitura já notificou a falta de itens para fornecedores. Esses fornecedores estão pedindo a prorrogação do prazo de entrega e justificam os atrasos devido à dificuldade dos laboratórios brasileiros em receber o princípio ativo estrangeiro para a produção dos remédios.

Na cidade os itens em falta são: amoroxicilina, dipirona, comprimido, fenobarbital comprimido, loratadina e predinisolona.

A prefeitura de Uberaba sinaliza que “no momento, são realizados processos de licitação para compra de medicamentos para suprir os itens em falta.”  Por fim, destaca que está empenhada em agilizar a regularização dos estoques na cidade

Sul de Minas 

Em Varginha, a unidade local de uma grande rede de drogarias explicou para a reportagem da Itatiaia que faltam principalmente antibióticos e um xarope para gripe.

Segundo a funcionária, muitos clientes chegam com a receita e tem que voltar ao médico para trocar o medicamento indicado no sistema público municipal.

Lá, há relatos de falta de medicamentos para distribuição como, por exemplo,  o fenobarbital, que combate convulsões.

Norte de Minas 

Farmácias privadas e administradas por municípios, do Norte de Minas, também registram escassez de medicamentos, principalmente, antibióticos como a amoxicilina com clavulanato de potássio.

De acordo com a prefeitura de Montes Claros, a informação dos fornecedores é que há problemas na produção dos itens.

A escassez de alguns medicamentos começou em março deste ano e a prefeitura informou que está utilizando recurso próprio para a compra emergencial. Empresas solicitaram prorrogação do prazo de entrega pois não estão conseguindo produzir.

Zona da Mata 

Em Juiz de Fora, na Zona da Mata, a superintendência regional de saúde informou que 17 dos 256 medicamentos compõem o componente especializado de assistência farmacêutica, não estão disponíveis.

Em nota, a pasta informou que os atrasos são causados pela demora da entrega pelo Ministério da Saúde pelos fornecedores e, também, pela dificuldade de aquisição de alguns fármacos.

A Regional de Saúde reforçou que o governo segue se empenhando para adquirir os remédios e a orientação é de que os usuários da Farmácia de Minas consultem se o medicamento está disponível.

A reportagem conversou com dois donos de farmácias na região central de Juiz de Fora. A Rafaela Gonçalves Nunes, da drogaria Santo Antônio, disse que na loja estão em falta todos os tipos de antibióticos pediátricos há pelo menos um mês.

Segundo ela, está sendo o momento mais crítico e os laboratórios não informaram nem os motivos, nem a previsão de regularização das entregas.

As duas farmácias da Central Genéricos enfrentam problemas parecidos. O dono, Fernando Felipe, disse à nossa reportagem que a entrega de antibióticos e xaropes está irregular, o que causa o desabastecimento.

Nas lojas deles, os funcionários informam quais remédios estão disponíveis e orientam os clientes a retornarem aos médicos para verificar a possibilidade de substituição para o tratamento adequado.

Grande BH 

Em Belo Horizonte, desde o início do mês, há registro de falta de dois medicamentos. A azitromicina, principalmente, a pediátrica e algumas amoxilinas, como, clavulanato de potássio, também, em doses para crianças.

Segundo o sindicato do comércio de farmacêuticos de Minas, as fórmulas já voltaram a ser entregues à maioria das drogarias e sugere que os pacientes peçam aos médicos na hora da receita mais opções de marcas e, também, do genérico para ter mais facilidade de encontrar o remédio.

Segundo a entidade, não devem faltar pelo menos nos próximos trinta dias, antibióticos e antigripais de forma geral. São muito usados nesta época de alta das doenças respiratórias. Mas é possível que uma ou outra marca fique de fora das prateleiras por um breve período.

*Larissa Ricci Com informações de Bruna Truocchio, Matheus Malaquias,  Stella Torres, Osmar Macedo,  Roberta Oliveira e João Eduardo Santana

 

 

Fonte: Itatiaia

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