O Ministério Público de Minas Gerais instaurou um procedimento para investigar possíveis irregularidades no fornecimento de marmitas aos funcionários da Prefeitura de Poços de Caldas (MG).

“O cheiro é horrível, de azedo mesmo. Horrível”, disse um servidor que não quis se identificar.

“Elas sempre vêm azedas, crua e a gente faz sempre as notificações, mas a gente entrega para a administração e essas notificações somem. A gente nunca mais tem notícia. Aí o servidor que tem dinheiro, ele come. O que não tem, não tem como pedir nada”, falou outro.

Vários servidores que trabalham à noite reclamam há meses que têm recebido marmitas com a comida estragada.

As denúncias chegaram até o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais. O Ministério Público foi acionado e a Prefeitura notificada. Segundo o sindicato, o valor do contrato firmado entre a Prefeitura e a empresa responsável é de mais de R$ 3,7 milhões.

“É generalizado. Muitos servidores descontentes recebendo essa marmita. Não só na UPA, mas diversos setores. Chegamos no sindicato um dia e na caixa de correio estava um abaixo-assinado dos servidores, que não podem se identificar, relatando isso para a gente”

Taciana Oliveira, diretora de finanças do sindicato dos servidores

As denúncias são referentes às marmitas servidas no jantar. Quase todas são de servidores que atuam na área da saúde, como a UPA e os hospitais públicos municipais, justamente os setores que funcionam à noite.

“A gente trabalha a noite toda e sente muita fome, então o mínimo é que vá uma comida boa, né? Fresca pelo menos”, falou um servidor.

Diante de tantas queixas, a nova direção do sindicato esteve na UPA.

A reportagem da EPTV, Afiliada Rede Globo, procurou a prefeitura, mas de acordo com a assessoria, nenhum representante falou sobre as denúncias.

Por meio de nota, a prefeitura disse que se reuniu na semana passada com representantes da empresa responsável por servir a alimentação aos servidores e decidiu que terá uma série de mudanças no preparo, ênfase e até na distribuição das marmitas para evitar que os problemas aconteçam.

Ainda segundo a nota, ficaram definidas as seguintes medidas:

  • Separação da salada e do feijão;
  • Troca da embalagem de alumínio pela embalagem de isopor;
  • Troca imediata da refeição caso haja algum problema;
  • Adequação nos horários de entrega;
  • Troca da caixa de isopor por caixas térmicas para fazer a entrega.

A Prefeitura de Poços de Caldas informou, ainda, que a Vigilância Sanitária também fez uma inspeção na empresa responsável pelas marmitas. A EPTV entrou em contato com a empresa, mas, até esta publicação, não obteve retorno.

Fonte: G1 Sul de Minas

 

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