Pessoas com esteatose hepática, conhecida como gordura no fígado, precisam manter atenção constante ao que consomem, especialmente em relação a bebidas — principalmente alcoólicas — e alimentos industrializados. Segundo especialistas, esses produtos devem ser evitados por quem convive com a condição.
A alimentação recomendada deve ser equilibrada e priorizar o consumo da chamada “comida de verdade”, com dieta rica em legumes, frutas, grãos integrais e carnes magras. No entanto, mesmo entre os alimentos considerados saudáveis, é preciso cautela.
Em entrevista ao portal Metrópoles, os nutricionistas Fernando Castro e Cibele Santos destacam que até mesmo frutas podem representar riscos para pessoas com gordura no fígado. “Sempre explico que a escolha das frutas para quem tem esteatose hepática precisa ser bem criteriosa. A frutose, o açúcar natural das frutas, quando consumida em excesso, sobrecarrega o fígado porque é metabolizada exclusivamente por esse órgão”, afirma Castro.
Segundo ele, esse “trabalho extra” pode agravar o acúmulo de gordura no fígado, especialmente em pacientes com algum grau de resistência à insulina.
Entre as frutas que devem ser evitadas ou consumidas com moderação estão uva, manga, banana, melancia e caqui. “Elas precisam ser ajustadas individualmente, a depender da fase do tratamento e do perfil metabólico do paciente”, ressalta Castro.
Cibele Santos acrescenta que frutas secas, como passas, tâmaras e damascos, também merecem atenção. “Mesmo sendo opções naturais, a densidade energética e o alto teor de frutose podem atrapalhar o controle da esteatose hepática”, explica a nutricionista. Por serem desidratadas, essas frutas concentram grandes quantidades de açúcar natural, o que pode sobrecarregar o fígado quando consumidas em excesso.
Outro alimento que exige moderação, segundo Santos, é o coco, especialmente em sua forma mais concentrada, como o óleo ou a polpa fresca. Apesar das propriedades benéficas, o alimento é rico em gordura saturada, o que pode agravar o quadro quando consumido com frequência.
Para os especialistas, essas frutas e alimentos exigem cuidados redobrados. “Alguns pacientes podem consumir algumas porções pequenas por dia, mas é necessário combiná-las com alguma fonte de proteína ou gordura boa para diminuir a resposta glicêmica”, orienta Castro.
O nutricionista também recomenda o consumo das frutas in natura. “Sempre oriento evitar o consumo de frutas em suco, porque nesse formato há uma concentração de frutose e uma perda das fibras, o que pode impactar negativamente a glicemia e o fígado”, completa.
A recomendação final dos profissionais é que a dieta seja personalizada e pensada para proteger o fígado. “O ideal é consumir com parcimônia e sempre dentro de um plano alimentar equilibrado”, conclui Santos.
Com informações do Metrópoles