Uma padaria de Divinópolis, na região Centro-Oeste do Estado, viralizou nesta quarta-feira (11) após o padre Júlio Lancellotti, famoso defensor dos direitos humanos, compartilhar a imagem de um cartaz afixado no empreendimento que pedia que os clientes não ajudassem as pessoas em situação de rua. Segundo ele, trata-se de aporofobia, patologia social que se caracteriza pela rejeição ou aversão aos pobres.

Cartaz foi afixado no caixa do estabelecimento, localizado no centro de Divinópolis — Foto: Reprodução/Instagram/@padrejulio.lancellotti
“Prezados clientes: Pedimos sua colaboração ao não ajudar os moradores de rua, para evitar maiores transtornos”, diz o cartaz. Pelo Google Street View foi possível confirmar que o cartaz está afixado no caixa do estabelecimento, localizado no centro da cidade, pelo menos desde abril de 2022.
Após pouco mais de 1h da publicação, a imagem compartilhada pelo padre que atua na capital paulista há tinha atingido quase 5 mil curtidas e mais de 300 comentários criticando a postura do estabelecimento comercial.
“Como alguém tem coragem de escrever isso? De pedir isso a alguém?”, comentou uma mulher. “Cada um faz o que quer com seu dinheiro!!! Se quiser ajudar…”, disse um morador do município na publicação do padre.
Ouvida pela reportagem, uma moradora de Divinópolis que não quis ser identificada contou que também ouviu dizer que placa semelhante estaria afixada em um supermercado que fica na mesma rua, de uma grande rede local.
“Não que eu concorde com esse cartaz, mas, nesse supermercado, os moradores de rua ficavam lá dentro, abordando os clientes. Eu mesma já fui xingada por uma mulher, depois de comprar comidas para ela, pois ela queria que eu comprasse um sapato, provavelmente para vender”, contou a moradora.
Segundo funcionária da padaria que não quis ser identificada, o cartaz foi fixado no local após diversas reclamações de clientes acerca de problemas relacionados às pessoas em situação de rua.
“Não é questão de preconceito, a gente respeita qualquer pessoa. Mas é que acaba que causa um incômodo, pois ficam muitos aqui na porta, fazendo bagunça. Alguns pedem lanche, o pessoal ajuda e eles jogam fora na porta mesmo. Só fizemos isso por causa de reclamação dos clientes. De toda forma, a gente continua doando o café e lanche para eles quando nos pedem”, explicou.
Fonte: O Tempo