A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) pediu, nessa segunda-feira (19), a prisão preventiva de um pastor de 51 anos, investigado por abusos sexuais contra fiéis da Igreja Pentecostal Gideões de Fogo da Última Hora, no bairro Jardim Vitória, região nordeste de Belo Horizonte (MG).

A corporação encaminhou à Justiça sete inquéritos que apuram crimes como estupro, violência sexual mediante fraude e importunação sexual.

Segundo as investigações, os abusos ocorreram entre 2003 e 2023. As vítimas, que hoje têm entre 31 e 50 anos, procuraram a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) para denunciar os crimes.

Diante da repercussão do caso, o pastor renunciou ao cargo de líder religioso na igreja que liderava.

De acordo com a delegada Larissa Mascotte, responsável pela investigação, ele adotava sempre um padrão de atuação, utilizando a fé como instrumento de manipulação para cometer os abusos.

Ele se utilizava da palavra de Deus, cometia os atos nas dependências da igreja, antes ou depois dos cultos e durante momentos de oração”, explicou.

A delegada acrescentou que o suspeito usava versículos bíblicos para justificar as ações e dizia ser um “ungido de Deus”. Segundo os relatos, ele afirmava que as vítimas seriam amaldiçoadas caso se recusassem a obedecê-lo.

Para evitar ser denunciado, o pastor teria criado estratégias para isolar as vítimas. “Ele fomentava a inimizade entre elas para que não compartilhassem os abusos umas com as outras e, caso uma denunciasse, as demais não acreditassem”, detalhou Larissa.

O pastor foi intimado a prestar depoimento durante as investigações, mas se recusou a falar, alegando que estava doente, e optou por exercer o direito de permanecer em silêncio. O pedido de prisão preventiva está sob análise da Justiça.

 

Fonte: Álvaro Luiz/ Metrópoles

 

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