Pesquisa feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que 80,9% dos policiais de todo o País concordam que o vencedor das eleições declarado pela Justiça Eleitoral deve tomar posse em janeiro de 2023. Divulgado no sábado (27), o trabalho ouviu 5.058 policiais civis, militares, federais, penais, guardas civis e bombeiros militares em todos os Estados e no Distrito Federal. E mostra que a adesão dos policiais à democracia atinge 84%, que responderam preferi-la ante a qualquer outra forma de governo.

“Esse resultado surpreende pela intensidade da adesão à legalidade democrática”, afirmou o ex-secretário nacional de Segurança Pública, coronel José Vicente da Silva Filho. Ainda mais, segundo ele, em razão da adesão tradicional dos policiais a pautas conservadoras e, ultimamente, ao governo Jair Bolsonaro “Há uma enorme simpatia por Bolsonaro, principalmente nas PMs, mas isso não significa adesão a qualquer ideia de ruptura institucional.” Recente pesquisa Datafolha mostrou que o apoio à democracia na população em geral era de 75%.

Em relação às polícias, a que mais apoia a democracia e a posse dos eleitos são a Federal e a Científica, com índices próximos de 65% de total concordância em ambos os casos. A adesão menor, simbolizada aqui pelo apoio em parte ao enunciado das duas perguntas, está na Polícia Penal (11% em relação à democracia e 18% sobre a posse dos eleitos) e nas Polícias e nos Corpos de Bombeiros Militares (10% e 17%, respectivamente).

Os dados da pesquisa sugerem afastamento da possibilidade de corpos policiais serem mobilizados por alguma força política que queira questionar o resultado das urnas eletrônicas, a exemplo do que fez o presidente ao condicionar o reconhecimento de eventual derrota ao que ele chamou de eleições “limpas e transparentes”.

Nesta semana, integrantes do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias e Corpo de Bombeiros Militares estiveram reunidos com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, para discutir a segurança nas eleições. O presidente do órgão, coronel Paulo Coutinho, afirmou ao Estadão que não há hipótese de as polícias se unirem em uma ofensiva contra o sistema democrático. Afirmou ainda que seja qual for o resultado das urnas, ele será respeitado. Segundo ele, não há risco de quebra da hierarquia ou disciplina.

Fonte: O Tempo

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