O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou nesta terça-feira (14) a condenação dos sete integrantes do chamado núcleo 4, apontado como responsável por ações de desinformação vinculadas à tentativa de golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder após sua derrota nas eleições de 2022.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), os réus desempenharam papel essencial na articulação da trama golpista, elaborando e disseminando informações falsas com o objetivo de desacreditar o processo eleitoral e atacar autoridades, fomentando uma ruptura institucional. De acordo com Gonet, essa instabilidade social seria necessária para justificar uma intervenção que culminaria em um golpe de Estado.
Durante sua manifestação, o procurador-geral afirmou que “ficou claro o impacto do comportamento dos réus para o desfecho violento de 8 de janeiro de 2023”, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas. Ele destacou que o grupo contribuiu diretamente para a criação e propagação de narrativas falsas sobre o sistema eleitoral e as instituições democráticas, o que teria insuflado a revolta popular registrada naquela data.
Os sete réus do núcleo 4 são:
• Ailton Moraes Barros, ex-major do Exército;
• Ângelo Denicoli, major da reserva do Exército;
• Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal;
• Giancarlo Rodrigues, subtenente do Exército;
• Guilherme Almeida, tenente-coronel do Exército;
• Marcelo Bormevet, agente da Polícia Federal;
• Reginaldo Abreu, coronel do Exército.
Eles respondem pelos crimes de:
• tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
• golpe de Estado;
• organização criminosa armada;
• dano qualificado;
• deterioração de patrimônio tombado.
A denúncia aponta ainda que o grupo teria utilizado a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar adversários políticos e disseminar desinformação contra o processo eleitoral e autoridades públicas.
Este é o segundo grupo de réus julgado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Em setembro, o colegiado condenou Jair Bolsonaro e outros sete aliados por liderarem a tentativa de golpe. O ex-presidente foi sentenciado a 27 anos e três meses de prisão pelos mesmos cinco crimes.
Com informações do G1 Política