Foi preso nesta quarta-feira (11), no bairro Xangrilá, em Santa Luzia, Iago Gomes Batista, de 29 anos, que segundo a Polícia Civil assassinou Robert Aquino Oliveira, de 17, na praça do Palmital, na mesma cidade, em 27 janeiro deste ano. A detenção é resultado de investigação conduzida pela Delegacia de Homicídios de Santa Luzia.
O crime aconteceu por volta das 7h, no local que é conhecido como “Praça da Savassi”, em uma área movimentada do bairro Palmital . Segundo a delegada Adriana Rosa, titular da Delegacia de Homicídios, no momento do assassinato, no local já ocorria a movimentação de pessoas sem qualquer envolvimento com o tráfico de drogas.
“A vítima estava sentada no meio-fio quando o autor chegou correndo e efetuou os disparos. Em seguida, (o atirador) fugiu do local. A vítima morreu ali mesmo. A mãe do Robert chegou logo depois e, em prantos, ficou junto ao corpo. A prisão dele (Iago) é uma resposta que damos à família e à comunidade”, afirmou a policial.
Ainda de acordo com Adriana Rosa, tanto a vítima quanto o autor tinham ligação com o tráfico de drogas local. Robert era conhecido como “pista”, responsável pela venda, enquanto Iago atuava como “guerreiro”, função considerada de menor relevância hierárquica. Ambos pertenciam a grupos criminosos rivais: a vítima integrava o Hot Boys (ou Gangue do Palmital B), e o autor era da gangue Amália, liderada por um homem identificado como Gilmarzinho.
Ostentação de armamento
O autor foi visto no ano passado em um baile funk. O momento foi gravado por populares, que registraram membros da gangue portando armas de alto calibre em meio à multidão.
“Havia uma tensão constante entre os dois grupos, devido à proximidade dos pontos de tráfico. O homicídio foi resultado direto dessa disputa”, explicou a delegada Adriana. “No mesmo dia do crime, conseguimos identificar o autor e captar imagens da ação. Desde fevereiro ele estava foragido”, informou.
A prisão ocorreu na casa de uma prima do acusado, no bairro Xangrilá. Ele tentou fugir, mas foi alcançado pelos policiais. “Após ser detido, não reagiu e optou por ficar em silêncio durante o depoimento”, completou a policial.
Acordo de paz
Segundo informações extraoficiais levantadas pela investigação, após o assassinato, as lideranças das duas facções rivais chegaram a um acordo financeiro e selaram a paz na região. “O líder da gangue da Amália teria vendido o ponto de tráfico que estava em disputa para o grupo do Palmital B, evitando assim uma guerra entre as facções”, relatou Adriana.
Iago tem passagens por crimes como tráfico de drogas, uso de entorpecentes, dano e furto. Ele foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Não há elementos que comprove que o homicídio de Robert tenha sido a mando do líder da gangue.
Fonte: Cler Santos/Super Notícia