A Polícia Civil de Minas Gerais identificou mais uma vítima do rompimento da barragem de Brumadinho, na noite dessa quinta-feira (6), pouco mais de seis anos após a tragédia. Segundo a corporação, os segmentos são de Maria de Lourdes da Costa, a 268ª encontrada.
A corretora de imóveis, de 59 anos, estava na cidade mineira a passeio. Malu, como era chamada pela família, o marido, os enteados e a companheira de um dos enteados estavam na Pousada Nova Estância quando a barragem rompeu. Eles iriam conhecer o museu de Inhotim e celebrar a gravidez de uma das parentes, mas a hospedaria foi levada pela lama e todos morreram.
Os segmentos corpóreos foram localizados por volta das 8h45 do mesmo dia, em uma área chamada pelos bombeiros de Remanso 4, próximo a uma pousada soterrada pela lama. A informação foi adiantada em primeira mão, pelo vice-governador professor Mateus Simões (Novo), durante entrevista exclusiva ao Balanço Geral Minas. Outras duas pessoas ainda não foram encontradas. São elas: Tiago Tadeu e Natália Porto de Oliveira.
O engenheiro mecânico, com 34 anos na época, era funcionário da Vale. Ele atuava em outra unidade da empresa, mas havia sido realocado na mina do Córrego de Feijão 20 dias antes da tragédia. Natália tinha 25 anos, era estagiária da mineradora e havia concluído o curso de técnica em mineração. A jovem estava em busca de uma consolidação profissional.
A identificação foi comunicada nesta sexta-feira (7) pelo governador Romeu Zema (Novo). Em uma rede social, o político solidarizou com a família e desejou que a notícia traga conforto aos parentes.
Tragédia de Brumadinho
A barragem B1 estourou no dia 25 de janeiro de 2019, às 12h28, matando 272 pessoas. A lama de rejeitos varreu áreas verdes, casas e alcançou o rio Paraopeba. As buscas pelos desaparecidos continuaram desde o dia do rompimento, cerca de 85% da lama já foi vistoriada, o que indica que o fim das buscas pode estar próximo. Desde dezembro de 2022, não havia identificação de vítimas, quando Cristiane Antunes Campos, então com 35 anos, supervisora de mina da Vale, foi encontrada.
O governo contabiliza 272 vítimas da tragédia, sendo dois bebês ainda em gestação. O rompimento completou seis anos em janeiro e nenhum réu foi julgado até hoje. Em março de 2024, a Justiça arquivou as denúncias contra o ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman. O processo continuou com acusações contra 15 pessoas, dentre gestores da Vale e da Tüv Süd, empresa que atestou a estabilidade da barragem. As duas companhias também foram processadas.
As ações penais que tratam do rompimento da barragem estiveram suspensas no período de abril de 2024 a setembro de 2024 por decisão do Ministro Sebastião Reis Júnior, do Superior Tribunal de Justiça. No dia 9 de setembro, foi retomada a contagem do prazo para apresentação de resposta à acusação.
Fonte: R7