O empresário Orestes Bolsonaro Campos, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro, será julgado nesta terça-feira (11) pelo Tribunal do Júri em São Paulo. O réu responde por tentativa de feminicídio e homicídio, crimes ocorridos em outubro de 2020, contra sua ex-esposa e o namorado dela.
O caso tramita na 3ª Vara do Júri da capital paulista, a pedido do Ministério Público de São Paulo (MPSP). A juíza Isabel Begalli Rodriguez determinou a convocação das testemunhas e do réu para o julgamento.
O caso
De acordo com a denúncia, Orestes Bolsonaro e a vítima foram casados por cerca de 17 anos, mas, apesar da separação, ele não aceitava o novo relacionamento da ex-esposa. O promotor do caso descreve a relação como marcada por constante violência física e psicológica, atribuída à personalidade possessiva e violenta do acusado. Durante o casamento, Orestes já havia agredido fisicamente e verbalmente a mulher em diversas ocasiões.
No dia do crime, Orestes teria invadido a casa da ex-companheira enquanto ela e o namorado dormiam. Usando um pedaço de madeira e uma arma, ele agrediu ambos, de acordo com a acusação. A vítima, desesperada, teria fugido com o filho no colo para pedir ajuda.
O Ministério Público de São Paulo acusa Orestes de tentativa de feminicídio e homicídio, dada a gravidade das agressões e o contexto de violência doméstica. Segundo o MPSP, o crime foi motivado pelos ciúmes e pela possessividade do acusado.
Defesa de Orestes
Por outro lado, a defesa de Orestes Bolsonaro alega que o caso não se trata de violência doméstica nem de feminicídio. O advogado Sergei Cobra argumenta que o réu teria agredido apenas o namorado da ex-esposa e que a acusação de tentativa de homicídio ou feminicídio não se sustenta. “Ele fez uma agressão contra o namorado da ex-esposa. Não há tentativa de homicídio nem de feminicídio. Ele deve responder por lesão corporal”, afirmou Cobra em entrevista ao Metrópoles.
Histórico de violência
Orestes Bolsonaro possui um histórico de envolvimento em casos de violência contra mulheres. Ele já foi réu em dois processos penais relacionados a agressões, incluindo uma condenação por lesão corporal e tentativa de feminicídio em 2020, envolvendo uma ex-namorada. Na ocasião, a Justiça o condenou a quatro meses de prisão em regime aberto e determinou o pagamento de uma indenização por danos morais à vítima.
O julgamento de hoje pode resultar em uma nova condenação para Orestes Bolsonaro, dependendo da decisão do Tribunal do Júri, que avaliará as evidências e testemunhos apresentados durante o processo.
Com informações do Metrópoles










