O empresário Breno Chaves Pinto, segundo suplente do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), foi um dos alvos de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), nesta terça-feira (22).
Chamada de Route 156, a operação investiga crimes em licitações e contratos de manutenção da BR-156, no Amapá, sob responsabilidade do DNIT, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. O superintendente do órgão no estado, Marcello Vieira Linhares, foi afastado por dez dias do cargo por decisão da Justiça Federal.
A investigação partiu de uma denúncia, que indicava o cometimento de fraudes em quatro licitações para manutenção de trechos da rodovia conduzidas pelo DNIT, em 2024.
Segundo apurações da CGU e de órgãos parceiros, os fatos denunciados foram confirmados, inclusive a suposta fraude ao caráter competitivo das licitações, que resultou no fechamento de contratos na ordem de R$ 60 milhões com as empresas investigadas.
Também foram detectadas, segundo a CGU, operações financeiras que caracterizam lavagem de capitais e atuação de organização criminosa formada por agentes públicos e privados. Nos últimos dois anos, as empresas receberam $ 32 milhões da União, custeados com recursos federais para manutenção de infraestrutura rodoviária.
“Uma das empresas contratadas, após mais de um ano de execução contratual, conseguiu executar somente 16%, em média, do orçamento destinado aos seus dois contratos de manutenção rodoviária, fato que denota indícios de lentidão na execução físico -financeira das obras”, diz a CGU.
Em nota, Davi Alcolumbre negou que tenha envolvimento com o caso: “O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, não possui qualquer relação com as empresas citadas na operação desta terça-feira (22) nem com a atuação empresarial do seu segundo suplente”, diz o senador.
“Alcolumbre reitera seu respeito às instituições e entende que todos os envolvidos devem prestar os devidos esclarecimentos à Justiça, respeitado o devido processo legal”, conclui.
Também foram alvos da operação o empresário mineiro Luiz Otávio Fontes Junqueira e a LCM Construção e Comércio, empreiteira que também possui contratos com a União.
No total, foram 10 mandados de busca e apreensão. Também foram autorizados pela Justiça Federal o afastamento temporário de servidores públicos investigados e o congelamento de ativos dos envolvidos no valor de R$ 8,06 milhões.
As diligências acontecem nos estados do Amapá (Macapá e Santana), Amazonas (Manaus), Minas Gerais (Belo Horizonte) e contam com a participação de 45 policiais federais e 4 auditores e técnicos da CGU.
Fonte: Levy Guimarães-O Tempo