A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu o homem, de 22 anos, suspeito de matar a própria namorada a facadas, em Contagem, na Grande BH, nessa terça-feira (16). Emily Fernandes de Souza, de 18 anos, foi morta no apartamento onde morava na última quarta (10), na frente do filho do casal, um bebê de sete meses.

Segundo o delegado Ítalo Fernandes de Almeida, o suspeito se apresentou na delegacia para prestar depoimento e foi informado de que havia um mandado de prisão em aberto contra ele, emitido no dia 12 de janeiro. Ao ser detido, o homem preferiu permanecer em silêncio.

Contudo, logo após o crime, o suspeito chegou a confirmar a autoria pelas redes sociais. “Quem vacila nós (sic) manda pra vala”, escreveu. De acordo com Almeida, a confissão espontânea indica que o homem “não teve nenhum arrependimento por ter matado” Emily.

O delegado afirma que o autor era usuário de drogas e que estava envolvido com a criminalidade, apesar de não ter passagem pela polícia. “Ele se apresentava como ‘filho do moço 33′, que faz referência ao crime de tráfico de drogas. Moço é um vocabulário utilizado para definir aquele que comanda uma favela, aquele que tem influência no crime. Ele se apresentava dessa forma nas redes sociais”, afirmou Almeida.

De acordo com a PC, o homem vai responder por homicídio qualificado, por ter sido feminicídio. A pena pode aumentar já que o crime aconteceu na frente de uma criança de sete meses.

 

Histórico de violência doméstica

O relacionamento entre Emily e o namorado era marcado por constantes abusos, porém, a jovem nunca chegou a registrar um boletim de ocorrência contra o suspeito. A vítima costumava reclamar que o companheiro não gostava de trabalhar e que não arcava com os custos da criação do filho, como a compra de leite e fralda, por exemplo. Ela teria tentado terminar o relacionamento antes do crime.

“O autor tinha crise de possessão. Ele achava que ela era dele. Então, ele a buscava na escola, controlando de certa forma a vida dela. Apesar de não ter feito uma ameaça direta, ele falava que ia desaparecer se ela terminasse o relacionamento”, disse o delegado.

 

Família confundia possessão com cuidado

Em entrevista à Itatiaia, Lorraine Gabriela, irmã da vítima, contou que a família não percebia que Emily estava sofrendo violência doméstica. “Eu não sabia. Onde ela estava, ele estava junto. Eu vejo o tanto que eu errei. Eu falava: ‘que bonitinho, é cuidado, é amor’. Nunca imaginei que fosse uma possessão”. A gente sempre achou que isso era uma forma de cuidar”, contou.

Lorraine ainda desabafou sobre a dor de perder a irmã. “É muito revoltante. Eu não esperava isso nunca. Meu coração chora. Eu grito por justiça pela Emily e por outras mulheres. Ele fez muita crueldade com ela”, lamentou.

 

Fonte: Itatiaia

 

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