Está aí o Dia das Mães — talvez o dia mais relevante das tantas datas comemorativas — e que merece, de fato, muita comemoração, porque elas, as mães, são as criaturas mais importantes desse mundão de Deus. Não que os outros dias não o sejam, porque todos os dias são delas.
São elas que nos trazem ao mundo. São elas que dão filhos aos homens, que dão netos aos avós e assim por diante. Sem elas, não existiríamos. É a nossa mãe que se dedica inteiramente a nós, seus rebentos, pela vida afora.
E, quando a gente cresce e vai viver a nossa vida para recomeçar o ciclo, ela fica esperando que os filhos voltem para uma visita, nem que seja rápida, trazendo os netos.
Fico matutando aqui, quando o Dia das Mães vai chegando, que ver a filharada debandar dói um bocado para nós, pais. Imagine para as mães. O coração fica apertado, a saudade toma proporções astronômicas, e a casa fica enorme, imensa, vazia, silenciosa e triste.
Nossa filha Fernanda veio passar um tempo conosco no ano passado, com o marido, mas ficaram só duas semanas, pois eles têm seu trabalho, sua casa, na Provença, na França, onde moram. Daniela, que mora em Lisboa, Portugal, em fevereiro trouxe os netos Rio e Ian, que não víamos há um ano, pois me acidentei e não estou podendo viajar como antes. Ficávamos metade dos últimos anos sempre lá com eles. Mas voltaram para casa, claro, que a vida deles é lá, do outro lado do oceano.
E então tudo se repete. A casa volta a ficar grande demais. Maior ainda. A saudade, que já estava instalada, consegue ficar maior. Aumenta de novo… Era muito bom ter a casa ocupada, mais viva de novo…
E no Dia das Mães, a mãe não terá, de novo, a filharada aqui, e a casa, tão grande, continuará não tendo barulho de criança. Ou da nossa filharada, porque, para os pais, eles nunca crescem — são sempre crianças.
Mas elas moram no coração da gente, são inquilinas cativas, e a mãe pode conversar com elas como se estivessem aqui, até olhando nos olhos, com toda a tecnologia de comunicação que temos hoje à disposição. Só faltará o abraço, o beijo, mas uma mãe sabe como abraçar a alma, beijar a alma da sua filharada, independente da distância.
Pois uma mãe é mãe em tempo integral. A ligação com sua prole é condição sine qua non, então eles estarão sempre juntinho, não importa onde estejam.
Que todas as mães sintam-se abraçadas e beijadas por seus filhos, e que todos os filhos também sintam-se abraçados e beijados por suas mães. Sempre.
Parabéns, com um grande abraço e um grande beijo que eu vou levar para ela — para a Dona Iracina, minha mãe — que, além da passagem do seu dia, também faz aniversário no dia 10 de maio: 90 anos. Tudo em dobro.