Os casos de Sífilis aumentaram mais de 16% em um ano em Minas Gerais. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), foram 19.510 em 2020 e 22.728 em 2021.

A doença é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), causada por uma bactéria e transmitida por meio de relação sexual. Ela evolui para formas mais graves caso não seja tratada a tempo, podendo comprometer o sistema nervoso central, cardiovascular e aparelhos respiratório e gastrointestinal, além de olhos, pele e ossos.

O cenário alerta para a importância da adoção de medidas de prevenção e tratamento, com o uso de preservativos, diagnóstico e tratamento precoces, sendo as principais formas de proteção.

Ainda de acordo com o governo do Estado, investimentos foram repassados aos 853 municípios mineiros em 2021 para execução das ações previstas no Plano de Enfrentamento à Sífilis no Estado. O projeto inclui reforço das medidas de prevenção e vigilância, e busca ativa de casos. Além disso, são distribuídos insumos como preservativo masculino, feminino, teste rápido e medicamentos para o tratamento.

Números e formas de transmissão

A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada, conhecida como transmissão adquirida, ou ser transmitida para a criança durante a gestação ou parto, classificada como transmissão gestante e congênita.

Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), atualizados em fevereiro, apontam que em 2020 foram diagnosticados 12.775 casos de sífilis adquirida, 4.994 casos de sífilis em gestantes e 1.741 casos de sífilis congênita no Estado. Já no ano passado, foram 15.581 casos de sífilis adquirida, 5.091 casos da infecção em gestantes e 2.056 casos de sífilis congênita em todo o estado.

Para evitar que a doença siga em avanço, o ginecologista do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Minas Gerais (CIEVS-MG), Romerson Martins Franco, alerta para as formas de prevenção e orienta que a população procure atendimento em caso de qualquer sintoma.

“Por ser uma IST, é fundamental o uso do preservativo, seja ele masculino ou feminino, em todas as relações sexuais. No caso de qualquer sintoma ou contato sexual sem proteção, é fundamental buscar atendimento em uma unidade básica de saúde para diagnóstico e tratamento adequado. Além disso, é importante a pessoa realizar exames de rotina pelo menos uma vez ao ano para avaliação da sua saúde”, orientou.

Sintomas

Os sintomas variam de acordo com o estágio da infecção no organismo do indivíduo. A primeira fase é caracterizada por uma úlcera, geralmente única, que ocorre no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus e boca).

Já a fase secundária surge em média entre seis semanas e seis meses após a infecção. Nesse caso, podem ocorrer erupções cutâneas. A fase terciária manifesta-se na forma de inflamação e destruição tecidual. Nesse caso, é comum o acometimento do sistema nervoso e cardiovascular.

Especificamente para a gestante, a detecção precoce da sífilis é essencial para evitar a transmissão vertical e consequentes malformações no feto, complicações como nascimento prematuro, baixo peso ao nascer, pneumonia, anemia e até acometimento cerebral.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico pode ser realizado por meio do teste rápido, com a coleta de uma gota de sangue da polpa digital. Caso o resultado seja reagente, uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para a realização de um teste laboratorial para a conclusão do diagnóstico.

Em relação à sífilis congênita, o médico reforça que tanto as gestantes quanto seus parceiros devem fazer os exames de diagnóstico. “Em caso de resultado positivo para a gestante, é fundamental que o parceiro também procure o serviço de saúde e passe pelo tratamento. Dessa forma, a reinfecção por sífilis é evitada, e a saúde da mãe e do bebê ficam garantidas”, concluiu Franco.

Em Minas Gerais, os usuários encontram o exame disponível nas Unidades Básicas de Saúde e Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). O tratamento é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Fonte: Hoje em Dia

 

 

COMPARTILHAR: