O terceiro título da Copa do Mundo de futebol tirou o grito da garganta que estava entalado há 36 anos no torcedor argentino. Depois de quebrar o jejum de 28 anos sem uma conquista expressiva, ao vencer a Copa América de 2021 contra o Brasil, o time de Messi e companhia trouxe de volta para o continente sul-americano o troféu mais cobiçado do planeta bola.
Com requintes de heroísmo e volta por cima, a vitória no Mundial realizado no Qatar foi celebrada como um dos mais importantes feitos do esporte na Argentina. Mas, ao longo da história, atletas e equipes de diferentes modalidades também deram ao país o status de potência com conquistas que transcenderam o esporte em diferentes níveis.
A geração inesquecível de basquete
Uma das maiores façanhas da história do esporte aconteceu nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004. Com talvez a sua melhor geração de jogadores, muita entrega e dedicação, a Argentina conquistou a medalha de ouro, eliminando nas semifinais, por 89 a 81, ninguém menos do que o time dos Estados Unidos, tradicionalmente cotado como grande favorito para ser campeão no basquete.
Naquele ano, os norte-americanos foram à Grécia com estrelas do peso de Allen Iverson e Tim Duncan e jovens promissores como LeBron James, Carmelo Anthony e Dwyane Wade. Já os sul-americanos contavam com os talentos de Manu Ginobili e Luis Scola. Além deles e de Carlos Delfino, outros cinco jogadores do elenco jogaram na NBA em algum momento de suas carreiras.
O homem do carteado
Ivan Luca é mais do que o grande nome argentino do poker na atualidade, mas um dos grandes destaques do esporte da mente em torno do globo. Tanto que o jogador nascido em Punta Alta é hoje o segundo atleta mais bem pago da América Latina, atrás apenas do equatoriano Carlos Mortensen.
Nas mesas, Luca conquistou o bracelete do campeonato mundial, o World Series of Poker (WSOP), em 2015, e faturou uma porção de outros títulos de peso no cenário internacional, como o Latin America Poker Tour, disputado no Caribe em 2016. Essas façanhas fazem dele uma referência no poker e um dos responsáveis por popularizar o Texas Hold’em, categoria mais tradicional do esporte, em seu país. Tudo isso com apenas 23 anos de idade.
Quarteto do tênis
Em mais de um século de disputa, os quatro maiores torneios do calendário do tênis, conhecidos como Grand Slam, foram vencidos apenas por quatro argentinos nas disputas de simples. Apesar de parecer pouco, esse número é o dobro do Brasil, que teve apenas Maria Esther Bueno (7) e Gustavo Kuerten (3) como campeões de Majors.

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Entre os Hermanos, Guillermo Vilas, Gabriela Sabatini, Gastón Gaudio e Juan Martín del Potro levantaram juntos sete troféus deste gabarito. Vilas foi bi do Australian Open e ganhou Roland Garros e US Open uma vez cada. Sabatini e Delpo venceram em Nova York e Gaudio faturou
seu único Slam no saibro parisiense.
Uma nova potência no futsal
Em nove edições já disputadas da Copa do Mundo de Futsal, quatro países já soltaram o grito de campeão. O pentacampeão Brasil é o recordista, seguido pela Espanha com dois canecos. Argentina e Portugal possuem um cada, e foi justamente o título de 2016 que mudou o patamar do time argentino no cenário internacional.
Até então, a melhor campanha dos Hermanos havia sido o quarto lugar em 2004. Depois de uma reformulação completa na AFA em 2014, os argentinos deram um salto de qualidade, montaram um time marcado pelo jogo coletivo e bateram a favorita Rússia na decisão por 5 a 4. Já com outro status, a equipe voltou à final na edição seguinte, sendo superada por Portugal pelo placar de 2 a 1.
Desbancando o reinado no hóquei sobre a grama
Assim como no futsal, a Argentina demorou para conquistar seu primeiro título no hóquei sobre a grama feminino. Disputado desde 1974, o Mundial da modalidade teve 15 edições até hoje, com nove conquistas da Holanda. Austrália, a antiga Alemanha Ocidental e Argentina possuem dois troféus cada.
De todas as campeãs que compõem a lista, as argentinas foram as últimas a sentir esse prazer. O primeiro caneco veio em 2002 contra a favorita Holanda, num jogo disputadíssimo e decidido nos pênaltis (4 a 3). Em 2010, novamente diante das holandesas, veio o bicampeonato, desta vez com vitória por 3 a 1. A Argentina ainda possui outros quatros vices, em 1974, 1976, 1994 e 2022.