A Prefeitura do Rio proibiu o uso de celular em salas de aula nas escolas municipais. Um relatório da Unesco afirmou que o aparelho pode prejudicar a aprendizagem e a concentração dos alunos.
Nem todos admitem, mas assim como caderno, livro, lápis, o celular é presença certa na sala de aula.
Como lidar com essa tecnologia que ao mesmo tempo em que permite acesso à maior biblioteca do mundo é também um grande problema para o aprendizado?
“Poderia ser uma boa ferramenta, mas eles não estão maduros suficientes para poder usar o celular. Quando eles começam a olhar a tela de celular, eles já não conseguem se desligar daquilo”, afirma a professora de Inglês Fabíola Vazquez.
Os alunos admitem que ter o celular por perto é uma tentação. E quando pisca uma mensagem? Quando é a mãe então…
Difícil é ter a disciplina da Yohana Meneses. “Eu não uso celular porque eu acho que isso distrai mesmo numa matéria que eu sou boa, ele realmente fica dentro da mochila.”, diz a estudante.
Se na pandemia o celular foi fundamental para manter o ensino à distância, agora, administrar o uso dele dentro da sala de aula se tornou um grande desafio. Tanto que um relatório da Unesco aponta que o celular, principalmente se ele estiver em cima da carteira, distrai e atrapalha o aprendizado. Com base nessas conclusões, nas escolas municipais do Rio, o celular dentro de sala de aula vai ter que ficar guardado na mochila.
O decreto da Prefeitura do Rio proíbe o uso de celular dentro da sala de aula, a não ser em caso de autorização do professor para fins pedagógicos. O uso será permitido para alunos com deficiência ou com problemas de saúde que necessitam do dispositivo.
A cidade do Rio é a primeira capital do país a tomar medidas depois que o relatório de monitoramento global da educação, da Unesco, afirmou que a tecnologia pode ter um impacto negativo se for inadequada ou excessiva.
“Passa um recado muito claro, que nós estamos passando por essa epidemia de distrações, por um uso excessivo de redes sociais e que se não tiver uma regulamentação, uma normativa, infelizmente, a gente só vai ter resultado indesejados”, diz o secretário municipal de Educação do Rio, Renan Ferreirinha.
“Os neurocientistas têm alertado que até a mera presença do celular ao lado distrai a criança e, muitas vezes, ela leva de 5 a 10 minutos para poder voltar a prestar atenção naquilo que está acontecendo, a dinâmica da aula”, explica a presidente do Instituto Sigularidades, Claudia Costin.
O desafio é grande para escolas, educadores, pais e para essa geração que já nasceu cercada de tecnologia e que precisa aprender a interagir também com o mundo real.
“As escolas organizarem salas de leitura, com acervos atualizados, interessantes, e instigantes para as crianças de hoje”, sugere Claudia Costin.
Fonte: Jornal Nacional