A reconstrução da Faixa de Gaza, devastada por dois anos de conflito, demandará pelo menos US$ 70 bilhões, segundo estimativas divulgadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (14). Do total, US$ 20 bilhões devem ser investidos nos próximos três anos para tornar viável a vida no território palestino, alertou a entidade.
Em entrevista a repórteres em Genebra, o representante do Programa de Assistência ao Povo Palestino da ONU, Jaco Cilliers, destacou que a destruição generalizada deixou cerca de 55 milhões de toneladas de escombros, resultantes da destruição de todos os tipos de infraestrutura. A reconstrução completa do enclave pode levar “décadas” e estará condicionada ao fluxo de recursos internacionais.
Segundo Cilliers, a ajuda financeira inicial virá, sobretudo, de doações de outros países, embora se espere que o setor privado participe em fases posteriores. Ele afirmou que, com base em “números atualizados” da ONU, a destruição em Gaza atinge cerca de 84%, chegando a 92% em algumas regiões.
O representante, vinculado ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP), informou que a entidade já retirou 81 mil toneladas de entulho no território, volume equivalente a 31 mil caminhões. Segundo ele, “a maior parte da remoção dos escombros tem como objetivo abrir o acesso para os agentes humanitários, para que eles possam fornecer a ajuda e o apoio tão necessários à população de Gaza, mas também estamos ajudando a limpar hospitais e outros serviços sociais”.
Como parte do esforço de reconstrução, 13.200 toneladas de entulho já foram trituradas com maquinário especial e reutilizadas. O material está sendo empregado na pavimentação de estradas e instalação de pisos em abrigos que estão sendo erguidos na região.
Cilliers também chamou atenção para dois desafios sensíveis do processo de reconstrução: a presença de cadáveres sob os escombros e o risco de explosivos não detonados no território.
A ONU reforça que a continuidade dos trabalhos dependerá do comprometimento internacional com o financiamento e a assistência humanitária à Faixa de Gaza.
Com informações da Jovem Pan