O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou nesta quarta-feira (15) a realização de exercícios militares nas regiões de Caracas e do estado de Miranda. A decisão foi anunciada em resposta direta às recentes ações militares dos Estados Unidos na costa do Caribe, próxima ao território venezuelano.

A medida, divulgada por meio de um áudio publicado no Telegram, visa enfrentar as ameaças norte-americanas. Segundo a mídia estatal venezuelana, os exercícios militares vão simular a defesa de áreas estratégicas como montanhas, costas, escolas, hospitais, fábricas, mercados e comunidades, tanto na capital Caracas quanto em Miranda.

“Vamos, então, ativar toda a força militar de defesa integral, popular, militar, policial. Ativadas e unidas”, declarou Maduro em seu pronunciamento.

O ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, reforçou a importância da ação. “Precisamos revisar, verificar e corrigir tudo o que precisamos corrigir. Precisamos cuidar dos detalhes”, afirmou.

A mobilização ocorre um dia após os Estados Unidos realizarem um novo ataque na região do Caribe. Na terça-feira (14), o então presidente Donald Trump anunciou o quinto bombardeio norte-americano contra embarcações que, segundo ele, estariam envolvidas no tráfico internacional de drogas. Trump declarou que seis “narcoterroristas” foram mortos durante a operação, mas, como nas ações anteriores, não apresentou detalhes sobre os alvos ou as vítimas.

Desde agosto, os EUA mantêm uma presença militar significativa na região, com uma frota de navios de guerra, incluindo um submarino nuclear, além do deslocamento de dez caças F-35 para Porto Rico.

O governo norte-americano justifica o cerco como parte do combate ao tráfico de drogas, ligando-o ao terrorismo internacional. Nesse contexto, Nicolás Maduro foi acusado de liderar o cartel de Los Soles, organização recentemente classificada como terrorista por Washington. Essa mudança de abordagem permite que os EUA realizem operações militares em outros países sob o pretexto do combate ao terrorismo.

A crescente tensão entre Venezuela e Estados Unidos se intensifica com a realização dos exercícios militares ordenados por Maduro. A medida busca preparar as forças venezuelanas diante da pressão internacional, enquanto a retórica norte-americana amplia os riscos de novos confrontos na região, sob a justificativa da guerra ao narcotráfico e ao terrorismo.

Com informações do Metrópoles

 

COMPARTILHAR: