A maior operação policial da história do estado do Rio de Janeiro, denominada Operação Contenção, transformou os Complexos do Alemão e da Penha em uma “zona de guerra” nesta terça-feira (28). Segundo o governador Cláudio Castro até o último balanço, foram 64 mortes, sendo 60 de suspeitos, 4 de policiais (dois civis e dois do Bope) e 81 presos.

Classificada pelo Governo do Estado como uma ação permanente de enfrentamento à expansão territorial de facções criminosas, a operação mobilizou cerca de 2.500 agentes das Polícias Civil e Militar. O principal objetivo é conter o avanço do Comando Vermelho (CV) e cumprir 100 mandados de prisão, dos quais 30 têm como alvos suspeitos de outros estados, especialmente do Pará, que estariam escondidos nas comunidades.

A ação é resultado de mais de um ano de investigação conduzida pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Entre os detidos, 81 pessoas foram presas até o momento, incluindo um suspeito apontado como operador financeiro de Edgar Alves de Andrade, conhecido como “Doca” ou “Urso”, um dos chefes do Comando Vermelho.

Durante os confrontos, sete policiais foram baleados, sendo três civis, dois militares e dois ainda não identificados. O delegado Bernardo Leal, da DRE, e um policial do Bope foram atingidos de raspão na perna e passam bem. Além dos agentes, três moradores foram vítimas de bala perdida e socorridos no Hospital Getúlio Vargas — uma mulher atingida de raspão já recebeu alta.

Foto: TV Globo

Cenário de guerra

Imagens captadas por drones policiais mostraram criminosos fortemente armados, com roupas camufladas e fuzis, fugindo por trilhas clandestinas na mata da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Em resposta à ação das forças de segurança, integrantes do Comando Vermelho utilizaram drones para lançar granadas e bombas na região.

Para viabilizar a megaoperação, as polícias contaram com suporte logístico e tecnológico que incluiu drones, dois helicópteros, 32 blindados e 12 veículos de demolição.

Serviços impactados

A violência alterou profundamente a rotina das comunidades. Quarenta e seis escolas municipais e estaduais foram fechadas e cinco unidades de Atenção Primária suspenderam o funcionamento. No transporte público, o Rio Ônibus informou que sete coletivos foram usados como barricadas, o que levou ao desvio de 20 linhas para garantir a segurança de rodoviários e passageiros.

Ambulâncias do Grupamento de Salvamento e Resgate foram posicionadas em pontos estratégicos para atender às ocorrências durante a operação.

Com dezenas de mortos, feridos e serviços paralisados, a Operação Contenção marca um dos episódios mais intensos do confronto entre forças de segurança e o tráfico de drogas no Rio de Janeiro. O governo estadual afirma que a ação terá caráter contínuo e faz parte de uma estratégia mais ampla para reduzir a influência territorial das facções nas comunidades da capital.

Foto: TV Globo

 

Com informações da CNN Brasil

 

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