A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que investiga fraudes em aposentadorias e pensões, prendeu em flagrante, na madrugada desta terça-feira (4), o empresário Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), durante seu depoimento ao colegiado.
Lincoln foi ouvido na condição de testemunha e compareceu à comissão amparado por um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, foi acusado de falso testemunho, após supostamente mentir durante a oitiva. O empresário afirmou ter renunciado ao cargo na Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores (CNPA), quando, na verdade, teria sido afastado por medida cautelar.
Durante o depoimento, ele também negou conhecer Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, embora tenha admitido a ligação em outro momento da sessão. Além disso, teria omitido informações sobre uma procuração concedida ao também investigado Adelino Rodrigues Junior, que movimentou valores expressivos da CBPA R$ 59 mil destinados à esposa de um servidor do INSS e R$ 430 mil em espécie para outro envolvido nas investigações.
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), solicitou a prisão em flagrante do depoente, e o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), acatou o pedido. “O silêncio também fala. Acabou o ciclo de impunidade e começou o tempo da verdade”, afirmou Viana.
Após receber voz de prisão, Abraão Lincoln foi encaminhado à delegacia do Senado. Até o momento, não há confirmação se o empresário foi liberado mediante fiança ou se continua detido.
Essa é a terceira prisão determinada pela CPMI do INSS. Anteriormente, o colegiado já havia ordenado a detenção de Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), e do empresário Rubens Oliveira Costa, ex-dirigente de empresas ligadas ao “Careca do INSS”.
Com informações do jornal O Tempo
