As apreensões de maconha nas rodovias federais que cortam Minas Gerais registraram um salto de 40% neste ano, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Entre janeiro e novembro de 2025, foram recolhidas 32 toneladas da droga quase 10 a mais do que o total contabilizado em 2024, quando foram apreendidas 23,1 toneladas.

O aumento é atribuído tanto ao reforço das ações de segurança quanto às características da malha viária mineira. Minas Gerais possui a maior extensão de rodovias federais do país, o que a coloca entre as principais rotas utilizadas pelo tráfico. De acordo com o inspetor Aristides Júnior, chefe da comunicação social da PRF, outro fator que pesa é o baixo preço da maconha no mercado ilegal, o que incentiva o transporte de grandes cargas de uma só vez.

Segundo o porta-voz, enquanto drogas como cocaína e sintéticos, por serem mais caros, circulam em quantidades menores e em esquemas mais sofisticados, a maconha permite operações de maior porte. “Com a maconha, ele (o traficante) pode se arriscar e mandar um carregamento com 10, 15 toneladas num caminhão”, explica. Esse tipo de transporte, no entanto, torna-se mais visível nas estradas, já que exige caminhões ou carretas e dificulta o ocultamento da carga.

Já no caso de drogas de maior valor, o inspetor destaca que os criminosos optam por métodos mais discretos. “Quanto maior o valor da droga, mais difícil é fazer a localização. Eles usam carros locados e criam compartimentos secretos dentro desses veículos. São esconderijos muito mais elaborados”, afirma.

Além do aumento no volume de maconha tradicional apreendida, variedades mais concentradas também bateram recordes. O skunk saltou de 39 kg, em 2024, para 558 kg neste ano, e o haxixe passou de 81 kg para 166 kg. O total de entorpecentes recolhidos é o maior desde 2016. Aristides Júnior explica que essas versões mais potentes descritas por ele como “maconhas turbinadas” têm ganhado espaço no mercado ilegal. “Essas drogas vão ficando mais conhecidas no mercado. E a demanda aumenta de acordo com a procura. As drogas ficam mais conhecidas, começam a circular mais e, por consequência, a tendência é que as apreensões aumentem também”, afirma.

Com o volume de apreensões já ocupando o terceiro maior patamar dos últimos oito anos atrás apenas de 2021 (41,5 toneladas) e 2020 (39,9 toneladas), a PRF aponta que o cenário reflete tanto o trabalho de fiscalização quanto a intensificação da circulação de diferentes tipos de maconha nas rodovias mineiras. A tendência, segundo a corporação, é que a combinação entre demanda crescente e redes de tráfico cada vez mais diversificadas continue pressionando as ações de combate ao transporte ilegal de drogas no Estado.

Com informações do Hoje em Dia

 

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