Em uma surpreendente inversão dos papéis tradicionais na natureza, são os machos dos cavalos-marinhos que engravidam e dão à luz. Um estudo publicado nessa terça-feira (11) na revista Nature Ecology & Evolution detalha os mecanismos biológicos por trás desse fenômeno, investigando as espécies da família Syngnathidae, à qual pertencem os cavalos-marinhos.

Os pesquisadores descobriram que os machos desenvolvem uma estrutura chamada “bolsa de incubação”, que exerce função semelhante à de um útero. Nela, os embriões recebem oxigênio e nutrientes até estarem prontos para nascer. Essa bolsa é composta por células epiteliais que respondem a hormônios masculinos, os andrógenos, o que contrasta com a gestação dos mamíferos, regulada por hormônios femininos como o estrogênio e a progesterona.

Essa característica representa um caminho evolutivo distinto para a viviparidade — a gestação interna — mas que alcança resultados semelhantes aos observados em outros animais. O estudo também identificou que os machos dos cavalos-marinhos desenvolveram mecanismos imunológicos para evitar a rejeição dos embriões, algo que, em fêmeas de outras espécies, é controlado por hormônios femininos.

De acordo com os cientistas, os andrógenos desempenham papel essencial na redução da resposta imunológica dos machos, permitindo que os filhotes se desenvolvam com segurança dentro da bolsa de incubação.

Os resultados mostram que a natureza encontrou múltiplos caminhos para possibilitar a gestação interna, revelando um notável exemplo de inversão dos papéis reprodutivos. No caso dos cavalos-marinhos, compreender a chamada “gravidez masculina” ajuda os pesquisadores a desvendar como a gestação evoluiu de formas diferentes entre as espécies, reforçando a diversidade das estratégias reprodutivas no reino animal.

Com informações do Metrópoles

 

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