Cerca de três meses depois do início do prazo, apenas 12% dos universitários endividados aptos à renegociação do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) aderiram à oferta do Ministério da Educação que propõe desconto de até 99% para quitação do débito. O prazo para alunos renegociarem dívidas contraídas com o Fies segue até 31 de maio.

Nesta sexta-feira (26), o ministro da Educação, Camilo Santana, insistiu no apelo para estudantes aderirem ao programa — apelidado de Desenrola do Fies. “Hoje, mais de 1,2 milhão de pessoas estão endividadas com o Fies e podem renegociar essas dívidas. O prazo é até maio, e, até agora, a adesão está baixa. Queremos que essas pessoas voltem à universidade, limpem seus nomes”, afirmou durante evento no Palácio do Planalto.

O Governo Federal abriu em novembro a possibilidade dos estudantes renegociarem as dívidas contraídas com o Fies diante do alto índice de inadimplência entre os universitários beneficiados. Estão aptos aqueles alunos cadastrados no CadÚnico com contratos celebrados até 2017 e com débitos não pagos até junho do ano passado; a renegociação também se aplica àqueles que receberam o Auxílio Emergencial durante a pandemia.

Os estudantes que não se enquadram nessas condições, mas que têm débitos vencidos há mais de 360 dias em 30 de junho de 2023, também podem pedir a renegociação; para esses, o desconto é de até 77% da dívida.

Educação propõe mudanças no Fies, que ainda não tem data para abrir inscrições em 2024

O Ministério da Educação ainda não divulgou o calendário de inscrições para o Fies 2024. No início do mês, o ministro Camilo Santana esclareceu que o programa de financiamento estudantil está sofrendo mudanças e será publicado quando as novas regras começarem a valer.

“Houve uma mudança no Fies no governo Temer ou no governo anterior: eles transformaram um programa social em um programa financeiro. Hoje, o Fies não cobre mais 100%, cobre em média 70% do valor da graduação. Ou seja, o aluno chega à faculdade com um débito mensal de 30%. Acontece que ele começa a se endividar, não consegue pagar e abandona a faculdade. É o que gera a taxa tão alta de inadimplência que temos”, pontuou.

“A nossa ideia, agora, é aumentar o financiamento para os alunos de baixa renda. Quanto melhor for a renda do aluno, menor o financiamento. São mudanças que estão prontas e agora precisam ser acordadas com o Ministério da Fazenda e a Casa Civil para apresentarmos ao presidente”, acrescentou.

O ministro, entretanto, não indicou um prazo para a publicação do edital do Fies. “Queremos garantir que os jovens tenham acesso a um bom financiamento para o curso superior. Não queremos anunciar a data ainda porque estamos esperando a mudança”, disse.

Fonte: Itatiaia

 

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