O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson renunciou ao cargo de líder do Partido Conservador nesta quinta-feira (7). Em pronunciamento, Johnson lamentou não ter conseguido concluir as promessas feitas em sua eleição, em 2019, e se disse forçado a deixar o cargo.

“É claro que o desejo do Partido Conservador é por uma nova liderança e por um novo primeiro-ministro. Concordei que o processo de escolha do novo líder deve começar agora. As próximas etapas devem ser anunciadas na próxima semana e um novo gabinete vai servir até que o novo líder seja escolhido”, anunciou Johnson, em pronunciamento em frente a Downing Street, residência oficial do primeiro-ministro britânico.

“Quero dizer para as milhões de pessoas que votaram para nosso partido em 2019, muitos deles votando nos conservadores pela primeira vez: obrigado por nos dar esse incrível mandato, a maior maioria conservadora desde 1987. E a razão pela qual eu lutei tanto nos últimos dias para continuar não foi apenas porque eu queria, mas porque eu senti que era meu trabalho, meu dever, minha obrigação com vocês, para continuar a fazer o que prometemos em 2019”, disse.

Johnson afirmou que se sente orgulhoso de algumas realizações de seu governo, como conduzir a saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit, e por “reconquistar o poder dos britânicos em definir suas próprias leis”. O agora ex-primeiro-ministro citou também a condução do país durante a pandemia e a liderança do Reino Unido nas respostas contra a Rússia.

Crise

Sua situação se agravou após a revelação de que o premiê sabia de denúncias de má conduta sexual antes de nomear um de seus aliados mais próximos entre os “tories”, o deputado Chris Pincher, para vice-líder da bancada conservadora na Câmara.

Acusado de apalpar dois homens em um clube de Londres, Pincher acabou renunciando ao cargo no fim de junho, em um caso que minou ainda mais a credibilidade de Johnson, uma vez que ele inicialmente negara ter conhecimento sobre as denúncias contra o aliado, mas depois admitiu que já tinha ouvido reclamações sobre a conduta sexual do deputado.

O episódio provocou uma onda de renúncias no governo britânico e cobranças públicas para o premiê abdicar. “Primeiro-ministro: isso não é sustentável e só vai piorar. Por você, pelo Partido Conservador e, mais importante, pelo país, você deve fazer a coisa certa e ir embora agora”, declarou o novo chanceler do Tesouro do Reino Unido, Nadhim Zahawi, nomeado por Johnson há apenas dois dias.

Fonte: Itatiaia

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