A caderneta de poupança registrou saques superiores a depósitos pelo quarto mês consecutivo em outubro, segundo relatório divulgado pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (7). No mês passado, os brasileiros retiraram R$ 361,6 bilhões e aplicaram R$ 351,9 bilhões, resultando em um déficit de R$ 9,7 bilhões na modalidade de investimento.

No acumulado líquido de 2025, já foram retirados R$ 88,1 bilhões da poupança. Apenas em maio e junho houve mais depósitos do que saques, com saldos positivos de R$ 336 milhões e R$ 2,1 bilhões, respectivamente. Apesar disso, os valores aplicados renderam cerca de R$ 6 bilhões em outubro e R$ 63 bilhões ao longo do ano. Atualmente, o saldo final da poupança supera R$ 1 trilhão.

Historicamente, a poupança teve capital líquido positivo pela última vez em 2020, no primeiro ano da pandemia, quando registrou R$ 166 bilhões, com depósitos de R$ 3,1 trilhões e saques de R$ 2,9 trilhões. Desde então, os saques superam os depósitos: R$ 35 bilhões negativos em 2021, R$ 103 bilhões em 2022, R$ 87,8 bilhões em 2023 e R$ 15,4 bilhões em 2024.

Segundo o especialista em renda fixa do Inter, Rafael Winalda, a retirada de recursos da poupança está ligada principalmente à inflação elevada, que aumenta a necessidade das famílias de manter dinheiro disponível. “Essa evasão pode ser dada por vários motivos, não só uma realocação melhor da carteira dos investidores, mas também como necessidade”, explicou.

Atualmente, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está estimado em 5,17%. Para conter a inflação, o Banco Central mantém a taxa Selic em 15% ao ano, estimulando investimentos mais rentáveis que a poupança, como Tesouro Direto, CDBs, LCA e LCI. Em termos gerais, a caderneta de poupança rende 0,5% ao mês mais a taxa referencial quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, mas a TR está próxima de zero, limitando o rendimento.

Para quem busca alternativas mais lucrativas, alguns investimentos indicados são:

  • CDB, LCA e LCI: Podem ter rentabilidade pós-fixada, prefixada ou híbrida. LCA e LCI ainda têm isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas.
  • Tesouro Selic (LFT): Título pós-fixado emitido pelo Tesouro Nacional, com liquidez diária e baixo risco, cuja rentabilidade acompanha a Selic.
  • Tesouro Prefixado (LTN): Título com taxa de juros fixa no momento da compra, ideal para quem busca previsibilidade e objetivos de longo prazo.
  • Tesouro IPCA+: Combina rentabilidade prefixada com parte pós-fixada atrelada à variação do IPCA, protegendo o capital da inflação no longo prazo.

Com informações da Itatiaia

 

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