No mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) inicia o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fará um pronunciamento direto do Salão Oval da Casa Branca. O discurso está marcado para as 15h (horário de Brasília) desta terça-feira (2).

De acordo com o U.S. News & World Report, a expectativa é que Trump detalhe a imposição de tarifas elevadas sobre medicamentos importados, com alíquotas que podem chegar a 200%. A medida, que visa taxar produtos farmacêuticos estrangeiros, tem potencial para elevar preços, reduzir a oferta e afetar especialmente idosos e consumidores de baixa renda.

A agenda oficial da Casa Branca confirma o pronunciamento, que ocorre em meio a rumores sobre o estado de saúde do presidente republicano. Trump está ausente de aparições públicas significativas nos últimos seis dias e não sai de Washington há mais de duas semanas. No último sábado (30), para rebater boatos sobre sua morte, a Casa Branca divulgou imagens de Trump jogando golfe em um resort na Virgínia, mas internautas questionaram a veracidade do vídeo, alegando que seria antigo, gravado em junho. Os rumores foram alimentados por uma mancha na mão direita do presidente, sintoma da insuficiência venosa crônica que ele apresenta.

Além das tarifas, o pronunciamento pode abordar a escalada das tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela. Na segunda-feira (1), navios de guerra norte-americanos foram enviados para o Caribe, alimentando especulações sobre uma possível intervenção militar na região.

Recentemente, o governo americano já confirmou tarifas de 15% sobre alguns medicamentos importados no acordo comercial com a União Europeia. No entanto, Trump pressiona por medidas ainda mais duras, propondo impostos de até 200% e um período de adaptação de até 18 meses, durante o qual empresas poderiam estocar produtos ou transferir a produção para os Estados Unidos.

O pronunciamento de Trump coincide com o julgamento histórico de Jair Bolsonaro, que tem repercussão internacional. O jornal americano The Washington Post destacou o processo como um ponto de inflexão na política brasileira, ressaltando a crescente ruptura entre Brasil e Estados Unidos sob a influência do governo Trump. As tensões se intensificaram em julho, quando o ex-presidente americano acusou o ministro Alexandre de Moraes de promover uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro, resultando em tarifas de 50% sobre diversos produtos brasileiros e na sanção do ministro pela Lei Magnitsky, medida que impõe restrições financeiras a quem viola direitos humanos.

Com informações ND Mais

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