A dor física de um câncer já seria motivo suficiente para acionar todos os protocolos de cuidado e empatia no ambiente escolar. Mas para uma adolescente de 14 anos, em Luziânia (GO), o sofrimento se agravou por outro motivo: o bullying.
A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) concluiu que a jovem, aluna do Colégio Estadual Osfaya, foi alvo de intimidações sistemáticas dentro da escola, e que a direção da unidade se manteve omissa, mesmo após alertas formais da família.
A vítima, diagnosticada com osteossarcoma — um tipo de câncer ósseo —, utiliza uma prótese na perna desde o início do tratamento, em 2023. Segundo as investigações, foi justamente essa condição que desencadeou os ataques de duas colegas de classe, que passaram a praticar agressões verbais e comportamentais recorrentes contra ela, nos últimos três meses.
De acordo com a Polícia Civil de Goiás (PCGO), tanto a diretora quanto a coordenadora administrativa tinham conhecimento das agressões e optaram por não agir.
As educadoras teriam, de forma deliberada, ignorado a gravidade da situação. Por isso, ambas foram indiciadas pelo crime de intimidação sistemática, o chamado bullying, na forma omissiva. Elas também foram enquadradas por descumprirem os princípios da proteção integral previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Além das servidoras, as autoras das agressões também foram identificadas. A PCGO reuniu provas materiais e testemunhais suficientes que confirmam a autoria dos atos. O inquérito foi finalizado e encaminhado às autoridades competentes, que agora devem decidir sobre as próximas medidas legais.
*Estagiária sob a supervisão de Eduardo Pinho
Fonte: Vitória Torres-Estado de Minas