Quatro homens foram presos de forma temporária nesta sexta-feira (19), durante a operação Pusilânime, na região do Barreiro, em Belo Horizonte.

Três deles são suspeitos de sequestrar, torturar e matar um homem de 49 anos, após receberem uma falsa denúncia de que ele teria cometido um estupro. O crime foi em 23 de junho do ano passado.

Segundo a Polícia Civil, o crime foi planejado pelo pai de uma menina, de 4 anos, que também seria o líder do tráfico na região. A mãe da criança a teria deixado com uma babá por três dias. Depois, ela teria notado um comportamento ‘estranho’ na garota.

Como a criança era deixada na casa da babá, a mãe da menina, de acordo com a PCMG, suspeitou que o irmão da cuidadora, de 49 anos, teria estuprado a garotinha, e denunciou para o pai da criança.

Sequestro, tortura e morte

No dia 23 de junho de 2023, segundo a Polícia Civil, os suspeitos foram à casa da vítima, que estava acompanhada do irmão. Após ser chamado para o lado de fora, o homem de 49 anos foi até o portão. Ao ver que se tratava dos suspeitos, que seriam traficantes conhecidos da região, ele se negou a entrar no carro, mas foi colocado à força no veículo.

Os suspeitos levaram a vítima até um beco, onde começaram uma sessão de tortura. “Eles espancaram, amarraram e, posteriormente, foram pra cima da linha férrea”, detalha o delegado Matheus Marques, da 2ª Delegacia de Homicídios Barreiro. Também segundo a Polícia Civil, antes de levar o homem ao pontilhão, eles o vestiram com roupas infantis.

“Pelo que nós apuramos, isso foi justamente uma mensagem direcionado pelo poder paralelo exercido por esses traficantes”, pontua o delegado. Já na linha férrea, que tem cerca de 50 metros de altura, o pai da criança, de acordo com a PCMG, deu dois tiros na nuca da vítima, e os suspeitos a jogaram do alto da linha.

Exames feitos na criança não apontaram nenhum sinal de abuso sexual, nem lesões físicas. Segundo o delegado Matheus Marques, a mãe da criança pode responder pela falsa denúncia. “Não pode ser presa em flagrante, mas pode ser investigada por denunciação caluniosa e ser responsabilizada”, esclarece.

Os três suspeitos de envolvimento na morte podem responder por homicídio qualificado por tortura e meios que dificultaram a defesa da vítima. A pena varia de 12 a 30 anos de prisão.

O quarto suspeito

De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais, o quarto homem preso nesta sexta-feira não tem relação com o homicídio e estaria ajudando nas investigações. Porém, buscas da PCMG revelaram que ele tinha três mandados de prisão em aberto, um deles por outro homicídio.

Fonte: O Tempo

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