A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) pode retomar a análise da morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, em 1976. O acidente que causou a morte do fundador de Brasília é alvo de dúvidas até hoje, com a suspeita de que ele tenha sido assassinado pela ditadura militar.
O pedido para que o caso seja reanalisado foi feito por Nilmário Miranda, assessor especial do Ministério dos Direitos Humanos. Em uma audiência pública da CEMDP no Recife (PE), nessa quinta-feira (13), ele defendeu que a investigação precisa ser feita “em nome da verdade histórica”.
JK morreu em 22 de agosto de 1976 após o Opala em que estava colidir com uma carreta na rodovia Presidente Dutra, em Resende (RJ).
O laudo oficial indica que o motorista do ex-presidente, Geraldo Ribeiro, perdeu o controle do carro depois de, supostamente, ter sido atingido por um ônibus da viação Cometa. O veículo então atravessou o canteiro central da rodovia e invadiu a outra pista, até bater no caminhão.
As investigações da época concluíram que a colisão foi acidental, versão confirmada pela Comissão Nacional da Verdade, em 2014. Mas, três anos depois, a Comissão da Verdade em Minas Gerais chegou ao entendimento de que JK pode ter sido, de fato, assassinado pela ditadura militar.
“Considerando o contexto da época, as distintas contradições das avaliações periciais, os depoimentos e pareceres jurídicos pode-se afirmar que é plausível, provável e possível que as mortes tenham ocorrido devido a atentado político”, diz o relatório final do colegiado.
Fonte: Itatiaia