A Justiça de Minas Gerais manteve a prisão preventiva de uma servidora pública de 44 anos, investigada pelo desvio de 220 armas de fogo da 1ª Delegacia do Barreiro, em Belo Horizonte. A decisão foi tomada após audiência de custódia realizada nesta terça-feira (11).

Segundo o Tribunal, como a suspeita não foi presa em flagrante, a audiência serviu para avaliar a legalidade da prisão e garantir que não houve violação de direitos. A defesa da servidora solicitou liberdade provisória, mas o pedido ainda será analisado pelo juiz da 4ª Vara Criminal da capital, sem prazo definido.

A mulher foi detida no último domingo (9) pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), em sua residência no bairro Salgado Filho, região Oeste de Belo Horizonte. Ela é investigada pelo crime de peculato — desvio de bem público por funcionário.

Investigação

As apurações começaram após uma arma que deveria estar apreendida na delegacia ser encontrada durante uma ocorrência em Contagem, na Grande BH. A descoberta levou à conferência do acervo, quando foi constatado o desaparecimento de mais de 200 armas, em sua maioria de baixo calibre ou consideradas obsoletas. Parte delas teria sido vendida a organizações criminosas, como o Terceiro Comando Puro (TCP), do Cabana do Pai Tomás.

De acordo com o delegado-geral da corporação, Rômulo Guimarães Dias, os armamentos não eram utilizados em serviço ativo e muitos já não tinham munição disponível no mercado.

Perfil da servidora

A servidora é efetiva da Polícia Civil desde 2014, após aprovação em concurso público realizado em 2013. Em 2020, foi transferida para a delegacia do Barreiro, onde ocorreu o desaparecimento das armas.

Informações de boletins de ocorrência apontam que ela ostentava um padrão de vida incompatível com sua renda, incluindo viagens ao exterior, compra de carros de alto valor e procedimentos estéticos. Segundo o Portal da Transparência, seu salário bruto em setembro foi de R$ 7,5 mil.

O que dizem a defesa e a Polícia Civil

Em nota, a Polícia Civil informou que instaurou inquérito para apurar o caso e que os materiais apreendidos foram encaminhados à perícia técnica.

A defesa da servidora, por sua vez, classificou a prisão como desproporcional e alegou que nada de ilícito foi encontrado durante os mandados de busca e apreensão.

Com informações do Hoje em Dia

 

 

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