Bombeiros trabalham nesta terça-feira (7), na cidade de Kochi, no sul da Índia, para controlar a propagação de fumaça tóxica depois que um aterro sanitário pegou fogo há cinco dias, cobrindo a área com uma névoa espessa e sufocando os moradores.

O imponente aterro sanitário de Brahmapuram, no estado de Kerala, é a mais recente montanha de lixo do país a pegar fogo, causando emissões perigosas de calor e metano e aumentando os crescentes desafios climáticos da Índia.

As autoridades aconselharam os residentes da cidade de mais de 600.000 habitantes a permanecerem em ambientes fechados ou a usarem máscaras faciais se saírem de casa. As escolas foram forçadas a fechar na segunda-feira (6) como resultado da poluição, disseram autoridades.

O incêndio começou na quinta-feira passada (2), de acordo com o corpo de bombeiros de Kerala. A causa não foi estabelecida, mas os incêndios em aterros podem ser provocados por gases inflamáveis do lixo em decomposição. Imagens e vídeos divulgados pelas autoridades mostraram trabalhadores correndo para extinguir as chamas crescentes que enviaram espessas nuvens de fumaça tóxica para o céu.

Embora o fogo tenha sido amplamente apagado, uma espessa nuvem de fumaça e gás metano continua a cobrir a área, reduzindo a visibilidade e a qualidade do ar da cidade, e emitindo um odor pungente e persistente.

Alguns bombeiros desmaiaram com a fumaça, disse o corpo de bombeiros.

O tribunal superior de Kerala disse que vai examinar o caso nesta terça-feira.

A Índia gera mais metano em aterros sanitários do que qualquer outro país, de acordo com o GHGSat, que monitora as emissões por satélites. O metano é o segundo gás de efeito estufa mais abundante depois do dióxido de carbono – mas é um contribuinte mais potente para a crise climática porque retém mais calor.

Como parte de sua iniciativa “Clean India”, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse que esforços estão sendo feitos para remover essas montanhas de lixo e convertê-las em zonas verdes. Esse objetivo, se alcançado, poderia aliviar parte do sofrimento dos moradores que vivem nas sombras desses enormes lixões – e ajudar o mundo a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.

Mas, embora a Índia queira reduzir sua produção de metano, ela não se juntou aos 150 países que assinaram o Global Methane Pledge, um pacto para reduzir coletivamente as emissões globais em pelo menos 30% em relação aos níveis de 2020 até 2030. Os cientistas estimam que a redução poderia reduzir o aumento da temperatura global em 0,2% – e ajudar o mundo a atingir sua meta de manter o aquecimento global abaixo de 1,5 graus Celsius.

A Índia diz que não vai aderir porque a maior parte de suas emissões de metano vem da agricultura – cerca de 74% de animais de fazenda e arrozais contra menos de 15% de aterros sanitários.

Em 2021, o ministro do Meio Ambiente da Índia, Ashwini Choubey, disse que a promessa de reduzir a produção total de metano do país pode ameaçar o sustento dos agricultores e impactar a economia. Mas os ambientalistas dizem que o país está enfrentando um terrível desafio climático devido aos montes fumegantes de lixo.

 

Fonte: CNN

 

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