O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou nesse domingo (2) a Aldeia Vista Alegre de Capixauã, localizada na Reserva Extrativista (Resex) Tapajós-Arapiuns, na região de Santarém, no Pará. Durante o encontro com lideranças locais, Lula se disse surpreso com a ausência de energia elétrica na comunidade e prometeu levar o serviço às famílias indígenas da região.

Uma coisa que eu estranhei. Eu pensei que tinha energia, porque eu estou vendo uma luz acesa aqui, e eu vi que todo mundo se queixou de energia”, afirmou o presidente. “Hoje a energia é a coisa mais fácil para a gente fazer, porque a gente pode fazer placa solar, pode preservar o ambiente, pode trazer energia para vocês, e eu prometo que vocês vão ter energia aqui na comunidade de vocês.”

Demanda por energia e demarcação de terras

Lula foi recebido pela cacique Irenilce Kumaruara, que apresentou a necessidade de implantação de rede elétrica para 4.338 famílias, somando mais de 13 mil indígenas. As aldeias inseridas na Resex Tapajós-Arapiuns aguardam a conclusão do processo de demarcação de terras, o que, segundo a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joênia Wapichana, deve ocorrer no primeiro semestre de 2026, contemplando as comunidades de Vista Alegre e Escrivão.

A Funai tem esse desafio. É importante acompanhar de perto, porque são muitas demandas e muitos pedidos. A gente está com essa programação de fazer essas duas demarcações físicas no primeiro semestre do ano que vem”, destacou Wapichana.

Desde o início do terceiro mandato de Lula, foram demarcadas 16 novas terras indígenas número que supera o compromisso firmado durante a transição de governo, que previa a homologação de 14 áreas.

A comitiva presidencial contou ainda com a presença das ministras Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), além da primeira-dama Janja da Silva.

Universidade Indígena será lançada em novembro

Durante a visita, Lula anunciou a criação da Universidade Indígena, cuja cerimônia de lançamento está marcada para o dia 17 de novembro, em Brasília. Segundo o presidente, a instituição terá sede na capital federal, mas oferecerá cursos e extensões em todos os estados, para facilitar o acesso dos povos indígenas à formação superior.

Nós já temos uma ministra indígena, a Funai indígena, o chefe da saúde indígena, e falta uma universidade indígena. Vai ter a sede em Brasília, já tem até prédio, mas todos os estados vão fazer extensão para as meninadas estudarem perto de onde moram”, explicou Lula.

Compromisso ambiental e agenda pré-COP30

A visita às comunidades indígenas faz parte da agenda preparatória do governo para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada entre 10 e 21 de novembro, em Belém (PA). No dia anterior, sábado (1º), o presidente participou na capital paraense da inauguração das obras de ampliação do Aeroporto Internacional de Belém e do Porto de Outeiro — investimentos considerados estratégicos para a logística do evento da ONU.

A visita de Lula à Aldeia Vista Alegre reforça o foco do governo federal em políticas voltadas aos povos indígenas e à sustentabilidade, temas centrais da pauta ambiental brasileira. As promessas de eletrificação e de criação da Universidade Indígena simbolizam, segundo o presidente, o compromisso com o desenvolvimento e a valorização das comunidades tradicionais na Amazônia.

Com informações do Hoje em Dia

 

COMPARTILHAR: