A Polícia Civil do Distrito Federal confirmou em laudo de DNA que o material biológico coletado em uma influenciadora vítima de estupro no começo do mês, é do dentista Gustavo Najjar, de 37 anos.
Preso desde 12 de setembro, ele foi formalmente indiciado pelo crime de estupro e, caso condenado, estará sujeito a uma pena de 6 a 10 anos de prisão.
O laudo de confronto de material genético realizado pelo Instituto de Pesquisa e DNA Forense da Polícia Civil do Distrito Federal atestou que o “material biológico coletado na vítima de estupro possuía DNA idêntico ao do investigado.”
De acordo com as investigações, o dentista, especialista em harmonização facial, teria abusado sexualmente da vítima em seu próprio consultório, localizado em um shopping da área central de Brasília.
A influenciadora, de 33 anos, foi ao local para fazer uma avaliação antes de ser submetida a um procedimento de harmonização facial. No entanto, o dentista teria pedido que a vítima lhe mostrasse outras cirurgias estéticas que ela tinha realizado pelo corpo.
Ao tentar deixar o consultório, a mulher teria sido agarrada e estuprada. Segundo o relato da vítima, o dentista teria voltado a conversar com a vítima sobre os procedimentos estéticos após o abuso, como se nada tivesse acontecido.
A mulher foi até uma delegacia e registrou a ocorrência policial. Um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) constatou a presença de vestígios de violência compatíveis com abuso sexual.
Mais vítimas
Com a divulgação do caso, outras vítimas passaram a procurar a Polícia Civil e registrar boletins de ocorrência contra o dentista.
Uma delas, uma mulher de 31 anos, afirmou ter sido abusada por Gustavo Najjar durante um curso que ele ministrava em Fortaleza (CE), em dezembro do ano passado.
No intervalo da aula, ele teria pedido que a vítima permanecesse dentro da sala, sob o pretexto de avaliar uma cirurgia que ela tinha feito nos seios. Por medo, ela não denunciou o caso na época.
Outra vítima, uma mulher de 44 anos, contou aos policiais que procurou o especialista para realizar alguns procedimentos estéticos na clínica dele, em agosto de 2020, quando teria sido molestada.
De acordo com o relato, ela foi até o consultório fazer uma aplicação de fios na face. Durante o procedimento, ela afirmou ter sentido dor, e o dentista lhe deu uma medicação que a deixou dopada. A vítima não se lembra muito bem do que aconteceu depois, mas teria acordado sem a parte de cima da blusa.
Uma terceira vítima deve prestar depoimento ainda nesta semana. Segundo a Polícia Civil, os inquéritos serão apurados separadamente, o que significa que o dentista ainda pode responder por outros crimes de importunação sexual e estupro de vulnerável.
Procurado pela Record TV, o Conselho Regional de Odontologia informou que está investigando o caso, mas que não teria sido notificado formalmente sobre os ocorridos, tendo descoberto o caso por conta da repercussão na imprensa.
Um processo interno de investigação foi aberto e, caso sejam comprovadas as suspeitas, o dentista deverá sofrer penalidades. O conselho destacou ainda que repudia qualquer tipo de violência.
Fonte: R7