O inverno fica mais frio, em julho, com a chuva que insiste em cair na Cidade da Dança, devagarinho, alternando com o sol, ou fica mais quente, com tanto movimento e cor? As azaleias desabrocham, espalhando cores e, qual grande caixa de música, a Cidade dos Príncipes e das flores é, também, um grande palco: a emoção, bailarina, vibra dentro de todos e a música é poesia na ponta das sapatilhas…

É inverno e começou a quadragésima segunda edição do Festival de Dança de Joinville, o maior do gênero no mundo, segundo o Guiness Book, também conhecido como Festival Nacional de Dança. Desde julho de 1983, a música chega de mansinho pelas ruas e palcos da cidade, os bailarinos vão surgindo e a alegria comemora o inverno na capital da dança. Eu assisti desde a primeira edição, que foi no palco do Teatro Harmonia Lira de Joinville. Depois passou para o Ginásio de Esportes da Rua João Colin, do qual não lembro mais o nome e finalmente aportou no Centreventos, o sucesso aumentando sempre.

São mais de duzentos e trinta mil espectadores, nos palcos oficiais da mostra competitiva, da mostra de dança contemporânea e do festival meia-ponta e nos palcos alternativos espalhados pela cidade em praças, fábricas, shopping centers, hospitais, nos bairros e na Feira da Sapatilha. Durante quase duas semanas de festival, a música, poesia do som, embala a emoção, aguça os sentidos, transborda o coração, explode por todos os poros e faz-se movimento, dança e enlevo…

E, no meio da magia deste tempo, eu jogo meus sentidos ao longo do corpo e na ponta dos pés dos bailarinos e bailarinas, essa gente esguia que se lança no ar, e que são tantos 16 mil deles. Esse alçar voo no compasso da emoção, como se os pés e os braços fossem asas ao sabor do som, da música que embala e impulsiona, enlevo e encanto… Dançam meus olhos, bailarinos trôpegos, ávidos de movimento, de beleza e luz, a eternizar a arte divina e imortal na ponta desses pés…

Na esquina do sol e da chuva, na esquina das cores, da poesia e da dança, brota uma cidade: Joinville, a Cidade das Flores, a Capital da Dança.

Então, dança, Joinville, dança, e embala a minha alma, embala o meu coração, embala os meus sentidos todos e de todos que esperam por esse tempo de sons e movimentos que encantam a gente…

 

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