O Governo de Minas Gerais sancionou a lei que reconhece oficialmente o cordão de identificação para pessoas com doenças raras no Estado. O texto foi publicado no Diário Oficial no sábado (19), e nesta segunda-feira (21), o secretário de Governo, Marcelo Aro (PP), realizou uma cerimônia simbólica entregando os primeiros cordões a dois pacientes com doenças raras.

Trata-se de uma fita com desenhos de mãos coloridas sobrepostas por uma silhueta humana, simbolizando as doenças que afetam uma pequena parcela da população. Com essa medida, a expectativa é que esse grupo ganhe mais visibilidade e acesso a atendimentos mais inclusivos.

Marcelo Aro, que é pai de uma menina diagnosticada com Síndrome de Cornélia de Lange, explica que o cordão pode contribuir, por exemplo, no atendimento preferencial para esses pacientes, seja em unidades de saúde, mas também no dia a dia, como em filas de supermercados e outros estabelecimentos.

A Maria, minha filha, vai usar esse cordão, assim como milhares de crianças em Minas Gerais”, diz o secretário de Governo. “O cordão dos doentes raros só vai produzir efeitos se a sociedade como um todo entender que ela também tem um papel fundamental na inclusão dessas crianças. Então, hoje é mais um passo que estamos fazendo para as pessoas com deficiência de doenças raras, mas que sem sombra de dúvidas, muda totalmente a vida destes que tanto precisam”, reforça.

De acordo com a legislação, caberá ao Executivo estadual promover o conhecimento da população sobre a importância do uso do cordão. Segundo Aro, a primeira ação do governo será encaminhar os cordões para instituições mineiras que atendem pessoas com doenças raras. O governo Romeu Zema (Novo) também atuará para regulamentação da lei e promoverá campanhas de conscientização sobre o uso do cordão.

“Imediatamente, nós estamos entrando em contato hoje com todas as associações que estão cadastradas no governo do Estado, que cuidam de crianças com doenças raras e pessoas com deficiência, e vamos enviar para essas associações já os cordões, para que eles possam fazer a distribuição”, explica o secretário.

Autor do projeto de lei que deu origem à medida sancionada por Zema, o deputado estadual Zé Guilherme (PP) espera que o cordão possa contribuir para as famílias de pessoas com doenças raras ao lidarem com dificuldades do dia a dia.

É uma lei estadual sancionada pelo nosso governador Romeu Zema, um projeto de dentro da Assembleia de Minas, que visa dar respeito, dignidade, atenção e salvar vidas das pessoas em Minas Gerais. Esse é o objetivo, e tenho certeza que vamos divulgar, falar sobre ele, e a sociedade civil organizada vai entender a importância do atendimento a uma pessoa com doença rara, que tem uma síndrome que é muito difícil de lidar no dia a dia.”

Famílias esperam mais visibilidade

Durante a cerimônia de sanção simbólica, Aro e o deputado estadual Zé Guilherme entregaram o cordão a Anthony, de 10 anos, e a Felipe, de 24 anos, ambos com doenças raras.

Conforme Daniela Pereira, mãe de Anthony, ele tem narcolepsia, um distúrbio de sono crônico, além de autismo e outras condições de saúde. Ela explica que o diagnóstico foi demorado e vê no cordão uma forma de conscientizar a população sobre as doenças raras e as necessidades dos pacientes.

Eu sou de Contagem. O cordão se iniciou em Belo Horizonte e, agora, que é para o estado de Minas Gerais, eu acho que vai trazer muita visibilidade, vai ser de grande importância para mim e vai estar validando também os outros municípios, para todos os pais e mães raros, familiares, e as nossas crianças vão ter mais visibilidade”, diz.

Já Ineide Aparecida Ferreira Souza, mãe de Felipe, explica que ele tem Síndrome de Prader-Willi, uma condição que pode causar obesidade, deficiência intelectual e perda de estatura. Ela conta que já houve episódios de crises de agressividade do filho, em que houve falta de empatia por parte de outras pessoas que presenciaram.

O cordão ajuda não só os meninos, mas também a nós. Muitas vezes chegamos aos lugares e já enfrentamos desafios em casa, e resolver essas situações rapidamente, como em uma fila de farmácia ou hospital, é essencial para nossa saúde mental e para continuar com o restante do dia“, explica.

 

Fonte: Leticya Bernadete-O Tempo

 

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