O ouro encerrou o pregão desta quarta-feira (13) em alta, revertendo parte das perdas recentes. O contrato mais negociado do metal, com vencimento em dezembro, subiu 0,27% e fechou cotado a US$ 2.408,30 por onça-troy na Comex, divisão de metais da Bolsa de Nova York (Nymex).

A valorização foi impulsionada principalmente pela expectativa crescente de que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, irá iniciar em breve um ciclo de corte de juros, além da recente fraqueza do dólar. Ambos os fatores tornam o ouro mais atrativo para investidores, já que o metal, que não rende juros, tende a se beneficiar em um ambiente de taxas mais baixas.

Pressão por corte de juros

Segundo Joseph Dahrieh, analista da Tickmill, a inflação controlada nos EUA fortalece a possibilidade de o Fed realizar um corte de 25 pontos-base na taxa básica de juros já em setembro. Essa perspectiva ganha força com declarações recentes de autoridades americanas.

Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, afirmou que há uma boa chance de o corte ser até mais agressivo, chegando a 50 pontos-base (ou 0,50 ponto percentual). A possibilidade de flexibilização monetária já no próximo mês também é refletida nas projeções do CME Group, que monitora as expectativas do mercado em relação à política monetária do Fed.

Geopolítica também sustenta demanda

Além do cenário econômico, fatores geopolíticos contribuem para a sustentação da demanda por ativos considerados seguros, como o ouro. Investidores seguem atentos à agenda internacional, especialmente à reunião marcada entre o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Trump declarou nesta quarta-feira que teve uma “ótima” conversa com líderes europeus, incluindo o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky. O contato foi viabilizado por convite do chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, que sugeriu uma articulação da União Europeia com Trump antes do encontro com Putin.

O desempenho do ouro nesta quarta-feira reflete a combinação de fatores econômicos e políticos. A expectativa de um corte de juros pelo Fed e a desvalorização do dólar aumentam o apelo do metal precioso. Ao mesmo tempo, tensões geopolíticas reforçam seu papel como ativo de proteção, sustentando os preços no mercado internacional. A tendência é que os desdobramentos nos próximos dias, tanto no campo da política monetária quanto no cenário global, sigam influenciando diretamente o comportamento do ouro.

Com informações do Estadão Conteúdo e Dow Jones Newswires

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