Faltam apenas dois dias para uma das datas comemorativas que rendem boas vendas para o comércio, afinal, quem é que deixa de presentear as crianças no dia delas? No entanto, a expectativa para este ano é menos otimista do que a do anterior. Com alto endividamento das famílias e inflação, muitos consumidores estão pretendendo pisar no freio nas compras para não chegar ao final do ano com as contas ainda mais comprometidas.

Pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de MG (Ipead/UFMG) mostra que menos da metade dos entrevistados prentedem presentear uma criança. O índice de 44,29% de previsão de compra é menor do que o apurado em 2021, que foi de 52,86%. Além disso, o valor do regalo será baixo – ficará entre R$ 31 a R$ 50 para 35,71% dos consumidores ouvidos. Apenas 11% pretendem comprar produtos no valor acima de R$ 100.

A pesquisa também mostrou que a maioria (33,33%) dos consumidores que pretendem presentear anunciaram que gastarão, neste ano, valor igual ao do ano passado. Já os que pretendem pagar um pouco mais  somam 31% – contra 23% em 2021.

E a estrela dessa data são os brinquedos. Pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) mostra que esse tipo de presente é o preferido de 46,2% dos consumidores. E 35,4% dizem que vão comprar roupas.

Moderação

E para quem não abre mão de presentear os pequenos, o coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa, alerta que é preciso, antes de mais nada, fazer uma análise da condição financeira. “Um presente caro demais para a realidade econômica da família pode se transformar em uma dor de cabeça mais pra frente, principalmente se levarmos em conta que estamos nos aproximando do Natal e das despesas que normalmente ocorrem no início do ano, como IPVA, IPTU, matrícula e material escolar, entre outras”, lembra.

Marcelo ressalta que é possível, usando a criatividade, proporcionar um Dia da Criança inesquecível praticamente sem gastos. Que tal um piquenique na praça ou mesmo no quintal de casa? Ou um dia em família no parque, uma visita a museus? Até mesmo um passeio pelos arredores da cidade pode trazer grande alegria às crianças.

A enfermeira Adriana dos Santos, de 35 anos, diz que é impossível não presentear o filho David, de 8 anos. Ela já começou a pesquisar os produtos e os preços para ver o que melhor irá se encaixar no orçamento. “Tem para todos os gostos e bolsos. Tenho encontrado opções interessantes dentro do valor que pretendo pagar”, conta Adriana.

No planejamento da mãe, o brinquedo deve ficar na faixa de R$ 50 a R$ 100 e deverá ser pago de forma parcelada, no cartão de crédito. “Esse ano a situação financeria está mais difícil, então não tem como pagar à vista“, declara a enfermeira, que acrescenta: “os pais sempre dão um jeitinho, né“.

De acordo com pesquisa da CDL/BH, as vendas do período devem ser 1,15% maiores que as do ano passado. E os comerciantes apostam na liquidação de produtos (23,5%) e na flexibilidade nas formas de pagamento (5,9%) para não deixar o movimento cair.

A expectativa dos comerciantes é a de que as vendas aumentem nessa reta final. “Tradicionalmente, o brasileiro realiza as compras próximo às datas comemorativas. Além disso, o pagamento dos salários será feito dias antes da celebração, o que, certamente, deve incrementar as vendas”, avalia o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.

 

 

Fonte: Hoje em Dia

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