A Polícia Federal deflagrou uma operação na manhã desta sexta-feira (13) para buscar provas de compra de votos e disseminação de fake news na campanha eleitoral do Acre. Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão.
A investigação começou após a propagação de vídeo em que suposta líder comunitária teria oferecido atendimento médico gratuito à população, vinculando a oferta a candidato a prefeito de Rio Branco, capital do Estado.
A PF não informou o nome do político nem se ele é investigado ou vítima de informação falsa.
Seis pessoas são investigadas nesta fase da operação. Todas moram em Rio Branco. A PF não descarta a participação de mais pessoas nos crimes eleitorais.
Marido de deputada federal foi flagrado com dinheiro em cueca
Na segunda-feira (9), em outra operação desencadeada para investigar suposta compra de votos, policiais federais prenderam, em Boa Vista, capital de Roraima, também na Região Norte do país, o marido de uma deputada federal, uma advogada, dois policiais militares e outras duas pessoas, incluindo um assessor parlamentar lotado na Câmara dos Deputados.
O grupo estava com R$ 500 mil em espécie. Parte do dinheiro estava na cueca do empresário Renildo Lima, marido da deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR).
Os seis foram presos logo após o saque em uma agência bancária. Eles estavam divididos em dois carros, com santinhos de um vereador que é candidato à reeleição.
Todos foram autuados pelos crimes de compra de votos e associação criminosa. Após serem levados para a Penitenciária Agrícola do Monte Cristo, passaram por audiência de custódia por meio de videoconferência na terça-feira (10).
Todos foram colocados em liberdade, mediante uma série de restrições. o processo prossegue na Justiça Eleitoral.
Os dois policiais militares detidos são do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da PM de Roraima. Eles estavam de folga e faziam a segurança particular dos demais no momento da abordagem dos policiais federais.
Em nota, a PM informou que a Corregedoria “está acompanhando o caso e tomará todas as providências necessárias para o devido esclarecimento dos fatos, colaborando com a Polícia Federal para garantir que todas as medidas legais sejam adotadas no curso das investigações.”
A PF assinou uma equipe após receber informações enviadas pelo Disque-Denúncia. A corporação não deu mais detalhes, mas a equipe de O Tempo em Brasília apurou que o assessor parlamentar preso na operação está lotado na Câmara Federal desde março de 2023.
A defesa de Renildo e a deputada Helena não haviam se manifestado até a mais recente atualização desta reportagem. Ela se limitou a escrever uma mensagem em rede social.
“Acreditar que movimentar o próprio dinheiro é sinônimo de compra de votos é pura ignorância. Agora, devemos fechar as empresas em período eleitoral? Só o que faltava”.
Renildo é dono da Voare Táxi Aéreo. Helena disputou sua primeira eleição em 2022. Usou o nome de urna “Helena da Asatur”, por causa da empresa que pertence ao grupo Voare, que ela fundou com o marido.
Com a apreensão desta segunda-feira, a PF apreendeu mais de R$ 2 milhões relacionados a crimes eleitorais apenas em Boa Vista, nos últimos três dias. Nesta sexta-feira (6), foram apreendidos R$ 500 mil divididos em cinco pacotes de notas de R$ 100.
Na quarta-feira (4), em duas ações distintas, com R$ 190 mil e R$ 330 mil apreendidos, além de celulares e material de campanha. Em uma das ações, uma pessoa estava com uma arma e foi presa porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
Fonte: O Tempo