Seis dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional expandiram a produção na passagem de março para abril, quando o índice nacional variou 0,1%. Pernambuco (31,3%) assinalou avanço de dois dígitos e o mais acentuado, marcando, dessa forma, a expansão mais elevada da série histórica. Região Nordeste (7,2%), Goiás (4,6%) e Bahia (0,5%) também apontaram taxas positivas mais intensas do que a média nacional. Na comparação com abril do ano passado, a variação negativa de 0,3% foi acompanhada por 11 dos 18 locais pesquisados. No acumulado em 12 meses, o avanço de 2,4% do setor industrial foi acompanhado por 12 das 18 localidades, porém, dezesseis apresentaram menor dinamismo. Os dados foram divulgados hoje (11) pelo IBGE.

Observa-se que a produção permanece no campo positivo, embora haja um ritmo de desaceleração em relação ao mês anterior. É o quarto mês consecutivo de crescimento, acumulando ganho de 1,5% no período, eliminando a perda dos três últimos meses de 2024. Alguns fatores explicam este comportamento, como a taxa de juros em patamares elevados, o adiamento de decisões de consumo por parte das famílias, por conta desta taxa que limita o fornecimento de crédito, além da aceleração da inflação, impactando os alimentos da cesta básica e a renda disponível das famílias. Pelo lado da produção, temos uma queda nos investimentos e o encarecimento do crédito, além de um cenário de incertezas no mercado doméstico e internacional, que impactam negativamente a produção industrial”, contextualiza o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.

O setor industrial do Pernambuco, com expansão de 31,3%, se sobressaiu entre as seis localidades que apresentaram avanços na passagem de março para abril. Foi a maior taxa da série histórica em termos absolutos e o primeiro resultado positivo mais influente no mês.

Esse resultado vem após um recuo de 10,1% no mês anterior. Esta taxa de abril elimina a perda de dois dígitos observada em março. Fatores como o retorno à produção de algumas unidades produtivas anteriormente paralisadas levaram a este indicador. Setores de derivados de petróleo, de veículos automotores e o de produtos químicos foram os mais influentes neste resultado para a indústria pernambucana”, explica o analista.

No mesmo sentido, Região Nordeste (7,2%), Goiás (4,6%) e Bahia (0,5%) assinalaram as outras expansões mais acentuadas na passagem de março para abril. São Paulo, estado de maior peso na pesquisa, registrou a maior influência negativa do país, com queda de 1,7% no período.

Este resultado vem após um ganho de 2,0% no mês anterior. Neste mês de abril, os setores extrativo, de produtos químicos e farmacêutico foram os mais influentes neste comportamento negativo da indústria paulista”, avalia Almeida.

O analista destaca ainda que, com o resultado de abril, São Paulo se encontra 0,2% acima de seu patamar pré-pandemia, estipulado em fevereiro de 2020, e 21,5% abaixo de seu patamar mais alto, alcançado em março de 2011.

 

Fonte: Breno Siqueira/ Agência IBGE notícias

 

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