O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou nesta segunda-feira (11) ser contrário às ações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos e, segundo ele, articula medidas que podem causar “danos” ao Brasil.
“Não posso concordar com um parlamentar que está trabalhando fora do seu país de origem para que medidas cheguem ao seu país de origem com danos. Isso não pode ser admitido. Nós temos uma posição contrária a esse tipo de comportamento. O deputado poderia estar defendendo o que acredita, o Bolsonaro, mas não o seu país sendo prejudicado”, afirmou Motta em entrevista à revista Veja.
De acordo com o presidente da Câmara, Eduardo Bolsonaro não está agindo conforme as atribuições de um congressista brasileiro e, mesmo estando nos Estados Unidos, “será tratado como qualquer outro parlamentar”.
O deputado federal está fora do país desde março, quando solicitou afastamento do cargo por 120 dias alegando “interesses pessoais”, além de dois dias para “tratamento de saúde”. O prazo da licença terminou em 20 de julho. Caso não retorne ao Brasil, Eduardo Bolsonaro começará a receber faltas não justificadas, o que pode levar à perda do mandato.
Durante sua estadia nos Estados Unidos, o parlamentar tem declarado que busca apoio para sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na última sexta-feira (8), em entrevista à CNN, Eduardo Bolsonaro afirmou que avalia deixar o Partido Liberal (PL) por falta de apoio e insatisfação com a legenda. “Não estou satisfeito com o partido. Eu deixei claro isso para [o presidente do partido] Valdemar [Costa Neto]. O partido não ajuda em nada. Hoje, não penso em sair. Mas até março [de 2026] posso avaliar para sair”, disse.
O deputado também criticou a falta de apoio a projetos voltados para brasileiros que vivem no exterior. “Gostaria de colocar projetos em prática, como incentivar brasileiros que vivem fora do Brasil a tirar o título de eleitor. Mas o Partido Liberal não apoia”, afirmou.
Com informações da CNN Brasil