Mais de 100 moradores que vivem no entorno do distrito de Azurita, em Mateus Leme, na região metropolitana de Belo Horizonte, estão ilhados após a queda da única ponte que dá acesso a uma parte da localidade na manhã desta terça-feira (15). De acordo com a Defesa Civil do município, a estrutura foi levada pela correnteza do ribeirão Mateus Leme após as fortes chuvas. A precipitação chegou a 150 milímetros em três horas, quase todo o volume esperado para todo o mês.

O coordenador do órgão, Wellington Romano, explicou que uma cabeça d’água se formou nas cabeceiras do ribeirão e rapidamente o nível da água subiu. Diversas casas foram atingidas. Em algumas localidades, a enchente chegou a cinco metros de altura. “Essa enxurrada veio destruindo tudo pela frente, incluindo a ponte. Essa é uma passagem que liga o distrito de Azurita aos outros lugarejos e estamos sem acesso”, explicou. Uma estrada alternativa sobre um pontilhão de uma antiga linha de trem está sendo improvisado para que os moradores possam sair a pé ou de moto. A expectativa é que os trabalhos sejam finalizados até o fim da tarde.

Filhos não conseguiram voltar da escola

Diversos moradores precisaram ser retirados das casas atingidas pela enchente e o número ainda não foi contabilizado pela Defesa Civil. “Declaramos estado de emergência. Engenheiros já vieram estudar a ponte e esperamos liberar o acesso o mais rápido possível”, disse. 

Morador da região, Jairo de Almeida, 60, contou que foi deixar a filha no Centro da cidade no início da manhã e quando voltou a casa estava inundada. A altura da água chegou a 40 cm. “Foi tudo muito rápido e parece que não foi só água de chuva, mas a tromba d’água atrapalhou. Choveu muito, mas acho que não chegaria a atingir dessa forma”, contou. Agora, ele e a família tentam retirar a lama da casa e contabilizam os prejuízos. “Acredito que perdemos alguns móveis e das camas também. Entrou muita lama”, relatou. 

O trabalhador rural Iuvan gomes, 46, que vive em sítio da região, conta que a principal preocupação é com os filhos. “eles conseguiram sair cedo para irem até a escola e agora não sabemos como vão voltar. E não tenho ninguém para buscar eles do outro”, contou. Já Fernando de Freitas, 46, que é vigilante, disse que não conseguiu ir para o trabalho. “eu vim dormir na casa do sogro e ia voltar para a cidade. já liguei no trabalho, mas é uma situação bem complicada”, afirmou.

Geraldo Magela, 57, pede uma solução rápida para os moradores. “Aqui sempre tem alagamento, mas nunca dessa forma. Muitos tiveram as casas atingidas e também estamos sem o acesso”.

Fonte: O Tempo

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